Joseilton de Souza Cardoso, agente penitenciário que matou a tiros o pedreiro Adilson Silva, há exatamente um ano, 24 de setembro, em um show musical em um shopping de Campo Grande, depõe em audiência de instrução, na tarde desta segunda-feira (24), no Fórum, na Capital. Ele alega que só atirou contra a vítima porque foi agredido.
A sessão é conduzida pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, na 1ª Vara do Tribunal do Júri. Ao magistrado, Joseilton disse que antes do evento musical, estava em casa e tomou duas doses de uísque no almoço. Em seguida, relata que dormiu a tarde toda e decidiu ir ao show ''bem tarde''.
Na hora do crime, Cardoso disse que foi para a fila do banheiro químico, quando o pedreiro Adílson furou a fila e entrou no mictório primeiro. O réu teria falado que estava na fila também, mesmo assim a vítima teria entrado. Quando Adilson saiu, Joseilton entrou.
''Quando eu sai do banheiro, fui rumo à escada do camarote. Nesse momento levei o primeiro soco de Adílson. Com o soco eu caí no chão, daí veio o primo dele [de Adílson] e deu um chute na minha costela'', relembrou o réu.
Joseilton narrou que foi pisoteado pela vítima. Durante a agressão, ele sacou a arma e teria se identificado como agente federal. Joseilton então disse que atirou quando viu que a vítima estava em cima dele, fazendo menção que iria tentar tirar a arma da mão dele.
''Jamais tive a intenção de atirar, só saquei a arma com a intenção de que Adilson se afastasse e acabasse as agressões". O agente disse ainda que nunca teve a intenção de atirar e muito menos matar e que se pudesse voltar naquele dia jamais teria ido ao show. Também destacou que em nenhum momento agrediu a vítima, somente apanhou.
Mãe do pedreiro Adilson acompanhou sessão e cobra justiça. (Foto: Wesley Ortiz)
O depoimento de Joseilton é o único marcado para esta segunda-feira (24). Ele deixou o Fórum após o depoimento, já que responde o processo em liberdade.
A mãe da vítima esteve no local e pede justiça em relação à morte do filho.