Taielle Cristina Bogado dos Reis, 21 anos, mãe do bebê afogado e morto pelo próprio pai, prestou depoimento do caso, na tarde desta segunda-feira (9), no Fórum em Campo Grande. Ela destacou que o crime foi cometido porque Christyan Dias Zenteno, 21 anos, queria se vingar dela em razão da separação.
''Ele queria me ver triste, mas não vai'', prometeu a mãe do pequeno Miguel Henrique dos Reis, assassinado em uma bacia com água no dia 19 de setembro deste ano.
O casal havia se separado cerca de três meses antes do crime. Cristina conta que Christyan era um bom pai e nunca demonstrou que faria mal ao filho. Porém, após a separação, percebeu algo diferente no homem.
''Ele passou a se aproximar mais do menino, tinha mais preocupação e eu achava normal ele querer ficar mais próximo do filho'', contou a jovem à Justiça.
Porém, Taielle disse que viu que a real intenção dele era fazê-la sofrer, provocando a morte do filho. A mãe chorou bastante durante a audiência e pediu para que o assassino saísse da sala para que ela prestasse o depoimento.
Taielle não imaginava que o pai faria mal ao filho. (Foto: Danny Nascimento)
Taielle disse que, no dia do crime, Christyan foi buscar a mudança dele em Aquidauana e, como estava com a mãe dele, achou que não teria problema algum em deixar o garoto com o pai e avó por dois dias.
''Ele me ligou dizendo que foi abordado por assaltantes e que teriam jogado o menino de uma ponte. Me desesperei e, ao chegar aqui, fiquei sabendo pela reportagem que ele tinha afogado o Miguel em uma bacia'', revelou Reis.
Um irmão de Taielle lembrou, no depoimento, que uma semana antes do crime, Christyan ligou para a família avisando que Miguel teria caído da cama e que estaria desacordado. O tio teria ido até a casa do pai para ver a situação e viu quando o menino estava recobrando a consciência.
Ainda segundo esse familiar, Miguel relatou que o pai o teria empurrado na cama, mas na ocasião ninguém teria levado a sério essa ocorrência.
O motivo da separação, diz Taielle, era o excesso de ciúmes de Zenteno. Após o término da relação, Christyan a procurou várias vezes e foi insistente para que ela reatasse com ele.
Christyan chegou ao Fórum algemado, permaneceu de cabeça baixa durante, fez algumas expressões, mas se manteve frio durante a audiência. Além do réu, oito testemunhas foram ouvidas na sessão.