Assim como idosos e pessoas com doenças crônicas, grávidas são consideradas do grupo de risco para a covid-19 e estão em alerta desde que a doença chegou a Campo Grande.
De acordo com o médico obstetra William Leite Lemos Junior, fetólogo especialista da Santa Casa, elas possuem um risco três vezes maior do que a população em geral porque a coagulação sanguínea na gestação pode causar complicações, acompanhada da redução da imunidade. Com mais riscos de internações e óbitos, aumentaram os casos de diabete gestacional ou até propriamente de alteração do feto, ou no crescimento dele.
Mas é importante ressaltar que sobre a covid-19, conforme dito pelo obstetra, são raros os casos que a mãe passa a doença para o bebê no útero. O que pode vir a causar é um grande aumento da prematuridade por conta do vírus.
"Gestante precisa ter um cuidado mais importante, mais relevante", aponta Lemos Junior. O médico relata que nos casos de internações, não é possível avançar com a gestação, fazendo que seja necessário o parto prematuro.
Contudo, o fetólogo salienta que caso a gestante contraía o vírus, não existe uma doença que será levada ao bebê após seu nascimento, no entanto, é bom ficar de olhos bem abertos com a possibilidade de prematuridade, algo bastante comum nas gestações.
"Não há uma lesão ou sequela direta [causada pela covid], mas pelo fato de haver um problema de coagulação ou respiratório da mãe, os bebês podem ter problemas de prematuridade", diz acrescentando que o bebê pode ter má formação ou algo semelhante.
"Gestante é um ser humano como qualquer outro"
A covid-19 mudou a rotina de muitas pessoas e principalmente das grávidas, que tiveram uma redução nas consultas de pré-natal e isso causou aumento nos nascimentos de bebês prematuros. William Leite relembra que "a gestante é um ser humano como qualquer outro", mas que está condicionado a serem de risco por inúmeros fatores.
As principais recomendações feitas nesse período pandêmico é que se evite locais aglomerados, evitar sair de casa o máximo possível e sempre usar máscara, álcool em gel. Para o médico, o coronavírus trouxe de volta a atenção nos cuidados básicos, mas que são esquecidos por doenças menores, mas que ainda sim, são transmissíveis.
"O que a gente sempre insistiu é evitar ambientes aglomerados, lavagem de mãos. Isso naturalmente é uma conduta para qualquer doença", alega o médico. Nesse meio tempo, a categoria lutou para que as vacinas continuassem sendo aplicadas nelas, mesmo aquelas de pré-natal e obviamente, as que foram orientadas a serem tomadas contra a covid - no caso a Pfizer.
Ajuda na gestação
O médico William Leite Lemos Junior explicou que não existia um método eficaz para ajudar a melhorar a gestação, mas que as futuras mamães passavam por perrengues que eram rotineiramente vistos, mas em menores escalas.
A ansiedade e a preocupação excessiva eram pontos bastantes discutidos e ouvidos nas consultas pelo que poderia acontecer no futuro breve envolvendo a gestação. O obstetra indagou que "não tem medicação que a gente receite para as gestantes", mas que a grande recomendação era fazer o uso de vitaminas.
"Em geral, o que a gente tem recomendado é usar as vitaminas, como a vitamina D que está associada a imunidade em geral. A gente sempre dosa as vitaminas D nos pré-natais. Elas precisam de um nível de 30 de vitamina D, diferente da população em geral que necessita de um nível 20", alega o médico.
A atividade física, de forma controlada e em locais abertos e de pouca aglomeração, era uma das recomendações feita pelo fetólogo. William avalia que o exercício fortalece, mas que mesclada com terapias comportamental, a gestação ficaria no processo habitual e não causaria riscos para a mãe, tampouco para o bebê.