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Campo Grande

18/01/2022 17:00

Denúncia de que agente bolsonarista teria quebrado o pé de Adélio é arquivada

Depen destacou que sempre cuida da saúde dos custodiados

A denúncia de que um agente penitenciário federal, da Penitenciária Federal de Campo Grande, teria quebrado o pé de Adélio Bispo durante agressões, foi arquivada após investigações, diz o Departamento Penitenciário do Governo Federal. Adélio é autor da facada contra Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018, 

A suposta agressão contra Adélio Bispo por um servidor bolsonarista foi divulgada pelo colunista do UOL, Josmar Jozino. Segundo ele, o piloto de helicóptero Felipe Ramos Morais, 35 anos, acusado de ter prestado serviços para narcotraficantes ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), permaneceu recolhido na Ala D do presídio, ao lado de Adélio. Felipe afirmou que Adélio teve o pé quebrado por agentes penitenciários porque não queria ir para o banho de sol e foi levado à força.

Questionada, a assessoria de comunicação do Departamento afirmo sobre o arquivamento das denúncias.

"Em decorrência das declarações do custodiado, foi instaurada Investigação Preliminar Sumária para apuração da conduta do servidor, tendo sido arquivada pela Corregedoria-Geral do DEPEN, nos termos do art. 6º I da IN CGU n.º 8/2020."

A Depen informou também que os custodiados recebem assistência necessárias à saúde. "Todas as informações de saúde são pessoais, porém o Depen reitera que os presos custodiados no Sistema Penitenciário Federal, nos ditames na Lei de Execução Penal, têm toda a assistência necessária de acordo com suas necessidades individuais, inclusive fornecimento de alimentação balanceada, vestuário e instalações higiênicas."

O caso

Felipe Ramos Morais disse que ele e Adélio se tornaram amigos na cadeia, e que inclusive, tomavam banho de sol juntos. Felipe já está em liberdade, e contou que Adélio teve o pé quebrado por agentes penitenciários porque não queria ir para o banho de sol e foi levado à força.

A direção do presídio nega e afirma que, em 8 de outubro de 2019, durante revista para o banho de sol, Adélio não colaborou com os agentes, desobedeceu às ordens, jogou roupas no chão, chutou a porta da cela e teve de ser imobilizado e conduzido à força para o isolamento de 10 dias.

A penitenciária abriu, na ocasião, Procedimento Disciplinar Interno para apurar o caso. Adélio, por sua vez, foi ouvido na sindicância e disse que, logo após o almoço, o agente foi à cela dele e, com tom de voz alto e agressivo, bateu na porta e com rispidez perguntou se ele iria para o banho de sol.

Segundo Adélio, o agente fazia isso só com ele e certa vez jogou até a comida dele no chão da cela. Na sindicância foi dito que o servidor é bolsonarista e costumava dizer que "quem vota no Lula é vagabundo e que Bolsonaro é um homem de Deus".

Felipe diz que chegou a ser perseguido também por testemunhar a favor de Bispo.

Transtorno delirante

Por ser portador de transtorno delirante persistente, Adélio foi considerado inimputável em 14 de junho de 2019 pelo juiz Bruno Savino da Matta, da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora.

O juiz também determinou, por medida de segurança, a internação de Adélio em presídio federal por tempo indeterminado ou enquanto não for verificada a cessão da periculosidade dele.

Ele permanece preso em Campo Grande, apesar de odiar o local e dizer que é um “lugar satânico”.

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