Para tentar diminuir o peso da culpa da mãe, a defesa de Stephanie de Jesus da Silva aposta na tese de negligência e abandono por parte do pai biológico de Sophia, Jean, e na mudança de comportamento de Stephanie após início de relacionamento com Christian, padrasto da menina Sophia, 2 anos.
O caso, que causou grande comoção, começou a ser julgado nesta quarta-feira (4), quase dois anos após a morte de Sophia, em janeiro de 2023. A criança foi levada à UPA Coronel Antonino já sem vida, e o laudo médico revelou que ela havia falecido horas antes de ser levada à unidade de saúde, vítima de um trauma raquimedular na coluna cervical e hemorragias internas graves.
Durante a leitura dos autos, o juiz destacou a confirmação de abuso sexual contra Sophia, com base em exames médicos que indicaram ruptura do hímen da criança.
A promotora Lívia afirmou que Christian Camposano, padrasto de Sophia, praticou estupro e atos libidinosos contra a criança em diversas ocasiões, tanto antes quanto após sua morte. A promotora também destacou que o homicídio foi cometido por motivo fútil, devido ao desgosto que os réus sentiam em relação ao comportamento da menina, e que a violência foi extrema, causando sofrimento desnecessário à criança.
A defesa de Stephanie, no entanto, tenta desviar o foco da responsabilidade da mãe, argumentando que ela teria agido de forma negligente devido à ausência do pai biológico. Além disso, a defesa sugere que a mudança de comportamento de Stephanie após o relacionamento com Christian poderia ter influenciado nas atitudes em relação à filha.
Após a morte da criança, a investigação revelou que a vítima sofria abusos físicos e sexuais recorrentes desde os 2 anos, sendo submetida a castigos violentos, além de viver em condições insalubres.
Primeiro dia de julgamento
Durante o primeiro dia do julgamento, a acusação apresentará duas testemunhas, enquanto a defesa de Stephanie convocará cinco testemunhas. Já a defesa de Christian terá outras cinco testemunhas no período da tarde. Entre as testemunhas convocadas estão um investigador de polícia, uma médica e um médico legista. Após a oitiva das testemunhas, os réus serão interrogados. O julgamento deverá se estender até a noite.