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Campo Grande

29/03/2019 07:00

CRM se cala sobre gaze 'esquecida' no canal vaginal de paciente: 'não pode investigar sem denúncia'

Hospital Universitário informou que a equipe médica e gerencial está averiguando o ocorrido

Questionado sobre a paciente Paulina Brunielle do Nascimento, de 21 anos, que ficou internada no Hospital Universitário e, no último dia 21, expeliu um pano do canal vaginal ao tomar banho, o CRM (Conselho Regional de Medicina) disse, em nota, que até o momento não pode investigar, pois não houve registro de denúncia de negligência por parte da família.

A assessoria de imprensa do órgão reforçou que, sem denúncia, não é possível abrir sindicância de nenhum caso. Já o Coren (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) informou que, como não se trata de negligência por parte dos profissionais de enfermagem, quem deve se manifestar é o CRM, já que parece ser problema com profissional médico.

O caso

Após parto normal, Paulina Brunielle do Nascimento, de 21 anos, sentiu na pele o que acredita ter sido negligência médica no Hospital Universitário, em Campo Grande.

Ela foi internada no dia 14 deste mês. Com fortes dores abdominais, dor de cabeça e febre, uma semana após o parto ela teve uma surpresa ao tomar banho. No último dia 21, ao fazer força, ela acabou expelindo um pano, que estava no seu canal vaginal. Paulina continua internada no hospital, com uma infecção no sangue.

“Eu acordei com mancha no corpo, o médico veio e fez exame de sangue para saber se era dengue ou não, ai ele me falou que seria infecção no sangue. No dia seguinte, veio um enfermeiro olhar meus pontos e viu uma gaze dentro de mim, ele perguntou se eu havia colocado, falei que não. Ai fiquei chocada, só que quando eu fui tomar banho, agachei no chuveiro para fazer minha higiene e senti algo dentro de mim. Fui puxando, ai saiu uma gaze, tipo uma fralda pequena, e estava podre dentro de mim, estava fedendo a carniça. Pedi para o meu marido tirar foto daquilo pendurado em mim e na minha mão. As enfermeiras ficaram chocadas, pois já fazia sete dias. Uma médica disse que não era para eu me estressar, que já tinha tido muito nervoso”, conta.

O que diz o hospital

Em nota, a assessoria do Hospital Universitário informou que a equipe médica e gerencial está averiguando o ocorrido. Que até sexta-feira, Pauline estava na unidade sendo bem atendida e medicada. Afirmou ainda que em breve terá uma resposta oficial sobre o assunto.

Sobre a febre, a assessoria de imprensa do hospital reforçou que pode ter sido em consequência da mama cheia de leite. Sendo que o quadro infeccioso pode ter sido por outros fatores, não necessariamente pelo item encontrado, já que no entendimento médico, esse tipo de material  não causa infecção. E que, nem ela nem a família  procuraram a ouvidoria  do HU para reclamar sobre o caso.

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