Um menino de 6 anos, diagnosticado com autismo nível 3 de suporte e autismo, está sem frequentar a Escola Municipal Ione Catarina, onde foi matriculado no período vespertino deste ano, por falta de uma professora auxiliar. Segundo a mãe, a escola informou que só terá professor em junho. Enquanto isso, o filho fica sem aulas.
Segundo a mãe, que preferiu não se identificar, o laudo médico do menino especifica a necessidade de acompanhamento individual para auxiliar nas atividades escolares, no entanto, até o momento, nenhum profissional foi designado para atender à demanda. Apesar das tentativas de resolver a situação, ela conta que tanto a escola quanto a Semed (Secretaria Municipal de Educação) não deu previsão para a contratação do profissional, deixando o filho sem acesso ao ensino.
"Fui na escola, liguei também para a Educação Especial, mas disseram para eu aguardar, sem previsão. A única coisa que falam é que preciso esperar. Mas até quando? A escola me disse que a previsão é que se resolva em junho. Meu filho vai ficar até junho sem ir para a escola? Perdendo o ano letivo? Ele já perde aulas por conta de internações hospitalares e já tem dificuldade de acompanhar o conteúdo", questiona a mãe.
Ela explica que a mudança para o turno da tarde foi uma tentativa de evitar prejuízos no aprendizado da criança, já que ele faz terapia nas manhãs de segunda e terça-feira. No ano passado, quando estudava pela manhã, perdia dois dias letivos por semana.
"Inicialmente me falaram que não tinha vaga à tarde, mas, de repente, surgiu uma. Então fui informada que a escola não tinha realmente matriculado ele no período vespertino. Corrigiram, mas agora está sem uma professora auxiliar", relata.
Além disso, a mãe reclama que depende do filho na escola para que possa trabalhar. "Já liguei na Educação Especial e eles dizem que não sabem quando vão chamar uma auxiliar. Eu trabalho. Enquanto isso, tenho que tirar do meu bolso para pagar alguém que fique com ele à tarde, fora os gastos que já possuo com o tratamento dele", lamenta.
Além das dificuldades cotidianas, a mãe se preocupa com o impacto da falta de aulas no desenvolvimento do filho, que já possui dificuldades no aprendizado. "Ele aprende mais lentamente e precisa de uma pessoa só para ele, para acompanhar com materiais adaptados. A gente fica a Deus-dará. A criança fica a Deus-dará. Agora, se eu fosse uma mãe negligente e deixasse minha criança em casa sem estudar, eu tenho certeza que eles iam mandar o Conselho Tutelar aqui", desabafa.
A prefeitura foi procurada e a Semed se pronunciou oficialmente sobre o caso. "A Secretaria Municipal de Educação informa que já está em andamento o processo para a contratação desses profissionais de apoio escolar, incluindo professores auxiliares, para atender as unidades da Rede, cujo processo está já em fase de tramitação administrativa, e a Secretaria tem se empenhado para que os profissionais sejam disponibilizados o mais breve possível às escolas", diz nota.
"A Semed reforça seu compromisso com a inclusão educacional e a garantia do suporte necessário para o atendimento dos alunos. A pasta segue buscando alternativas e priorizando o bem-estar e o desenvolvimento dos alunos", finaliza.