O trabalho das equipes de captação de órgãos começou cedo na última quinta-feira (4), na Santa Casa de Campo Grande. Um minuto de silêncio dos profissionais envolvidos antes do sol nascer, marcava o início ao processo de doação, onde às 5h58 os responsáveis pela extração do coração e fígado começaram o procedimento que percorreu até o meio da manhã.
De acordo com o hospital, além do coração e fígado, também foram doados rins e foram implantados na mesma data em dois pacientes que aguardavam na fila por um transplante renal. Através da efetivação da doação, quatro pacientes tiveram a oportunidade de melhorar a qualidade de vida, duas de Mato Grosso do Sul e mais duas no Distrito Federal.
Para que não houvesse intercorrências durante a intervenção, o processo contou com a participação de médicos anestesistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem que estavam a todo momento emanados no mesmo objetivo.
Respeitando o tempo de tolerância do órgão, entre extração e implante com até quatro horas, o coração foi o primeiro a deixar o campo cirúrgico com destino ao Distrito Federal, contando com apoio do transporte aéreo da Força Aérea Brasileira (FAB), e implantado em uma paciente portadora de miocardite chagásica.
Pouco tempo depois, o fígado foi o segundo a seguir o novo destino, também em Brasília, mas por voo comercial e transplantado em um paciente diagnosticado com cirrose.
Já os rins, foram captados e implantados em dois pacientes no final da manhã, procedimento conduzido por duas equipes do Serviço de Urologia da Santa Casa, e de forma simultânea.
A coordenadora médica da Organização de Procura de Órgãos (OPO) da Santa Casa, Drª Patrícia Berg, explica que mesmo diante de campanhas de conscientização, muitas famílias ainda alegam não saber da intenção da pessoa em vida, um fator que influencia negativamente durante o acolhimento.
“Não é somente uma questão de manifestar seu desejo em ser doador, mas também de buscar esclarecer todas as dúvidas sobre o processo. Aqui no hospital, o serviço está aberto para ajudar com este entendimento, pois diante de uma oportunidade esse familiar pode colaborar com a qualidade de vida de outros pacientes que precisam”, disse Drª Patrícia.