Uma motogirl, que atua por aplicativos de entregas de comida, em Campo Grande, alega que os profissionais que não aderirem à paralisação, marcada para esta quarta-feira (1º), estão sendo ameaçados de ter as motos vandalizadas.
''Vão jogar areia no motor'', disse a jovem de 27 anos, que está há três meses nesse tipo de atuação. Ela detalhou como as ameaças chegam até ela.
''A gente está parado e aí chega um e pergunta: 'você vai participar da paralisação?'. 'Eu digo: 'não, não vou'. 'Ah, porque os caras tão falando aí que quem não participar, eles vão vandalizar as motos, vai jogar areia no motor'', revela a trabalhadora.
A motogirl disse que vários outros colegas não irão ao protesto, que sairá do Horto Florestal e terá a avenida Afonso Pena como ponto principal do ato. Por isso, está com medo de trabalhar nesta quarta-feira.
''Se eu entrar em um restaurante pra pegar pedido, e aí, eu voltar e minha moto não estiver lá, ou fundir o motor da moto? Eu não estou fazendo nada de errado, estou atrás do meu sustento'', desabafou a jovem, que não quis se identificar.
A profissional diz que ameaças vem de parte de alguns grupos que aderiram ao protesto.
Reivindicações
A motogirl entende que as reivindicações dos manifestantes não são justas.
''Não tem muito fundamento. Sobre ajuda de custo com as motos, quem entra no app já sabe que não tem essa ajuda. Quem está rodando pelo aplicativo leu e aceitou os termos, sabe das regras e das obrigações'', explicou.
A jovem diz que o trabalho é bom e suficiente para tirar o sustento dela e quem reclama é porque não se encaixa nos critérios de avaliação das empresas.
''Todo mês é feita uma avaliação, porque o aplicativo não está diretamente com o entregador para saber se o cara é bom ou não, e faz as avaliações de acordo com as entregas. Quem está logado o tempo inteiro, trabalha na chuva, no sol, não fez nada de errado, não rejeitou chamado, nem cancelou, vai ser retribuído e vai subir de posto. Quem não seguiu as regras, vai cair como qualquer empresa'', refletiu a trabalhadora.