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Campo Grande

há 1 mês

Com inchaço nas pernas por 3 dias, venezuelana procura médico e recebe grosseria na UPA Santa Mônica

Vítima procurou assistente social, mas foi orientada apenas registrar na ouvidoria

Depois de procurar ajuda médica na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Mônica por três dias seguido com intensas dores nas pernas e pés inchados, a operadora de caixa e venezuelana, Génesis Nohedy Canelon Alsaque, 32 anos, alega ter sido maltratada e humilhada por um médico, durante atendimento, no domingo (8), em Campo Grande.

Segundo a paciente, a grosseria do médico e a negação em acreditar que ela realmente estivesse mal deixou a mulher com crise de ansiedade e aos prantos tentou receber apoio da assistente social, mas também não teve sucesso.

De acordo com o relato da paciente, no domingo foi a terceira visita à UPA sem sucesso para controlar as dores. "Eu já tinha ido três vezes antes, porque meus pés estavam inchados, mas o primeiro doutor só me deu medicação e me mandou embora. As dores continuaram, e como eu trabalho como caixa de supermercado, precisei deixar o serviço por conta das dores", conta.

Ao retornar à UPA, outra médica fez uma avaliação mais detalhada e solicitou exames, além de prescrever antibióticos. No entanto, quando Canelon retornou para buscar os resultados, foi novamente atendida pelo primeiro médico, quem a destratou, segundo ela, desacreditando no problema de saúde.

A venezuelana diz que o médico foi ríspido e afirmou que ela não deveria voltar à UPA, sugerindo que ela procurasse a UBS. "Ele me tratou de forma muito grosseira, dizendo que eu só queria o atestado e que eu não deveria estar ali", lembra.

A paciente, que sofre de depressão e ansiedade, teve uma crise emocional e saiu da sala do médico chorando. "Eu saí de lá chorando, com uma crise de ansiedade, porque ele não me escutou. Só me deu dipirona e ibuprofeno, e disse que tudo estava bem, sem revisar meus exames ou fazer qualquer outro procedimento, só me mandou embora dali", detalha.

A operadora de caixa ainda procurou uma assistente social, que, segundo ela, disse que não poderia fazer muito além de orientá-la a ligar para a ouvidoria. "Fui tratada como se fosse apenas mais uma pessoa procurando atestado, sem realmente buscar tratamento para a minha dor e continuo inchada e sem saber o que tenho", desabafa.

A reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) a respeito do atendimento prestado a paciente no dia e aguarda retorno.

Em resposta, a Sesau disse que "a coordenadoria de urgência da secretaria já está apurando esse caso, conversando com os pacientes e a equipe profissional para saber o que houve. A SESAU informa ainda que trabalha para o atendimento e o bem da população com o máximo de transparência".

*Matéria alterada às 10h04 de quarta-feira, 11 de dezembro, para acréscimo de resposta da Sesau

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