Há 5 meses esperando tratamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a vendedora Letícia da Silva Costa, 28 anos, passa momentos difíceis com feridas espalhadas pelo corpo por conta do lúpus. Afastada do serviço por não ter condições de vestir uma calça, a mulher procurou a secretaria e descobriu que está na classificação azul, de pouco risco, em Campo Grande.
A descoberta da doença aconteceu em novembro de 2023, mas desde fevereiro Letícia tenta uma consulta com especialista na rede pública e até hoje não conseguiu. Sem condições de pagar consultas particulares, ela precisa passar por um dermatologista que possa medicá-la ou orientá-la a tratar de forma adequada a doença.
"Tenho um bebê de 1 ano e 2 meses, as feridas saem por todo meu corpo, incluindo nos meus seios, dificultando a amamentação", explica.
Segundo a vendedora, assim que notou as primeiras feridas, acreditando que fosse alguma alergia na pele, pagou por uma consulta particular e descobriu o lúpus.
"Fiz biópsia e saiu o resultado, mas não tive condições financeiras de continuar o tratamento pelo privado, procurei a UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Vida Nova, passei pelo clínico e ele fez um pedido de consulta com especialista que nunca saiu", conta ao TopMídiaNews.
Letícia esperou um tempo, mas como viu a demora no retorno decidiu procurar a unidade novamente até descobrir que mesmo com o pedido de urgência do clínico sobre seu caso, ela entrou no sistema com classificação azul. "Azul é a que mais demora, e estou com corpo tomado de feridas, me afastei do serviço, pois não consigo vestir uma roupa, fico com a pele dormente e muitas vezes enfraquecida e me dizem que não é sério", desabafa.
A vendedora chegou a procurar a sede da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), mas, segundo ela, a responsabilidade foi devolvida a unidade de saúde onde se consultou.
"Eu não quero ficar no meio desse jogo de empurra, um manda procurar a Sesau, a Sesau manda procurar o posto de novo, eu só preciso consultar e tratar", rebate a paciente.
A jovem está com feridas severas nas duas pernas, nas mãos, pescoço e até nos seios.
A reportagem entrou em contato com a Sesau para verificar o caso da paciente e qual a classificação adequada no caso dela e aguarda retorno.