Com 59 mortes em confrontos com policiais Mato Grosso do Sul, entre os anos de 2021 e 2023, o Instituto Anjos da Liberdade, organização social que desenvolve projetos na área de direitos humanos em todo o Brasil, realiza nesta quarta-feira (12), em Campo Grande, uma manifestação contra a letalidade policial.
O ato acontece no Parque dos Poderes, a partir das 13h, e deve reunir cerca de 100 manifestantes, incluindo pais e mães de jovens que foram mortos por policiais.
Segundo a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), 49 pessoas foram mortas, supostamente em confrontos, por policiais militares entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2023 na Capital de Mato Grosso do Sul.
Ainda o instituto, ao longo de todo o ano de 2021, a PM matou 17 pessoas em Campo Grande. Em todo ano de 2022, o número de mortes saltou para 19. Já em 2023, apenas nos dois primeiros meses, a PM matou 13 pessoas em intervenções.
Para o instituto, no interior de Mato Grosso do Sul, a letalidade da PM também apresenta índices alarmantes. Entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2023, foram 59 pessoas nos 79 municípios do Estado.
Serviço - A concentração da manifestação acontece às 13h, na Avenida Desembargador José Nunes da Cunha, S/N, no Parque dos Poderes (na rotatória de entrada do Parque, na Avenida Mato Grosso). Haverá a participação de cerca de 100 manifestantes, que foram orientados a adotar todos os protocolos estabelecidos pela OMS para (Organização Mundial de Saúde) evitar o contágio por covid-19.
Um dos casos em MS
Com mais de 30 passagens pela polícia, Luciano Benites de Campos, de 32 anos, não aceitou ajuda do amigo, para sair da vida do crime. Ele morreu na terça-feira, dia 20 de junho, durante confronto com o Bope em Miranda — a 212 quilômetros de Campo Grande.
Assim que soube da morte do colega, o amigo publicou um texto falando sobre a perda e as inúmeras tentativas de resgate de uma vida de criminalidade.
"Quantas vezes te falei para sair dessa vida. Te ajudei muitas vezes para ver se tinha jeito, mas o crime é isso, cadeia ou caixão", escreveu.
Luciano entrou em confronto com o Bope e a Polícia Civil em uma área de mata do bairro Maria do Rosário, na manhã de terça-feira, dia 20 de junho.
O criminoso era considerado figurinha carimbada dos policiais pela quantidade de passagens e diversos crimes realizados, superando a barreira de mais de 30 passagens.
Conforme divulgado pela polícia, foi montada uma operação para prender o foragido. Operando em conjunto, Bope e Polícia Civil montaram um cerco, mas na primeira oportunidade em que foi avistado, Luciano atirou contra os policiais.
O criminoso morreu horas após ter sido socorrido e passar por cirurgia em um hospital da cidade.
As autoridades apreenderam um revólver de calibre 38 utilizado para atirar contra os policiais.