Clube de tiro, prestes a ser inaugurado na região de Chácaras do Santa Maria, em Campo Grande, preocupa moradores locais. Além do impacto ambiental, os chacareiros temem pela segurança das crianças.
O presidente da Associação dos Moradores do Sítio Santa Maria, Eduardo de Oliveira Carvalho, 59 anos, é que trouxe a preocupação dos sitiantes. Ele aponta dois questionamentos principais: o que diz respeito ao impacto ambiental e outro sobre a segurança de pessoas que moram perto do estande.
‘’Aqui é Área de Preservação Ambiental do Lajeado. Eu não posso criar nem galinhas... e apenas queremos saber se esse e outros estandes têm permissão para fazer isso aqui’’, disse Carvalho.
Ainda no relato, Eduardo diz que houve questionamento à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, a Semadur. No entanto, não houve resposta até o momento.
Na visão dos cerca de 250 moradores, o funcionamento do estande traria prejuízos, como possível contaminação do solo e do lençol freático com pólvora ou chumbo, além de espantar a fauna existente na região, pelo barulho dos disparos.
‘’Aqui a gente preserva a natureza... os moradores têm cuidado’’, argumentou o dirigente.
No quesito segurança, Eduardo relata que, um homem e a família moram bem aos fundos do estande.
‘’Na frente, tem família com duas crianças pequenas’’, detalha o presidente, que também cita a proximidade com o Aeroporto Santa Maria. Ele diz que o empreendimento vai tirar o sossego dos moradores e desvalorizar a área.
‘’Quem tá querendo comparar aqui busca sossego e agora vai correr daqui’’, estimou Eduardo.
Clube de tiro fica em área de preservação. (Foto: Repórter Top)
Tiro no pé
O dono do estande, que se identificou apenas como Rodrigo, disse que a reclamação não passa de picuinha e queixa particular de alguém.
‘’Caíram do cavalo, deram tiro no pé. Mostrei autorização do Imasul, que eu conheço o secretário’’, respondeu o dono.
O empresário se diz vendedor de armas na Capital e que possui todas as autorizações necessárias para a aberturado negócio, sendo órgãos ambientais, como o Imasul, e até do Exército Brasileiro.
‘’A Decat já veio aqui... um delegado que eu conheço, esteve aqui e não viu nada errado... quem assinou a autorização no Exército foi um general, não foi um soldado. Estou dentro da lei’’, rebateu o empresário.
Perguntado se poderia enviar as autorizações, Rodrigo se irritou e disse que não tem obrigação de fazer isso. Instantes depois, pelo WhatsApp, disse que poderia mostrar pessoalmente.
A inauguração do clube será no dia 15 de janeiro. O espaço ainda está aberto aos envolvidos.
Enviamos pergunta à Semadur, mas ainda não tivemos resposta.