A forte chuva que cai em Campo Grande, nesta terça-feira (20), agravou ainda mais a situação dos moradores do Núcleo Industrial. Eles afirmam que, para transitar pelas ruas da região, seria necessário utilizar um barco, já que carros e motocicletas ficaram ilhados com o lamaçal que se forma.
Para aqueles que dependem do transporte coletivo para se deslocar, o desafio é chegar até o ponto de ônibus sem afundar na lama. Ao contrário de outros bairros, que as ruas que servem como linha de ônibus estão em melhores condições, as ruas que servem para o tráfego do transporte coletivo estão piores, com crateras que colocam em risco a vida dos moradores.
Morador da região há 30 anos, Antônio Claudio Pereira, 59 anos, explica que presencia a região ‘afundar’ cada vez mais. “Está piorando a nossa situação, carro não passa em linha de ônibus. Na Rua Caim, que é linha de tráfego do transporte coletivo, não passa nenhum carro baixo e o ônibus passa na marra. Tem um buraco enorme, que ele quase tomba”.
Concordando com as afirmações de Antônio, Dalva de Oliveira Alves, 52 anos, que reside há 13 anos no Núcleo Industrial, disse ao TopMídiaNews que saiu do trabalho e não conseguiu continuar o trajeto até sua residência, devido à forte chuva.
“Eu trabalho à noite e até agora eu não consegui chegar na minha casa porque estou aqui esperando a chuva passar. Não adiantar eu tentar, é em vão, vou afundar nessa lama se tentar ir. Tenho que ficar esperando a chuva melhorar para tentar ir. Quem pega ônibus aqui sabe que ainda vai acontecer acidente por conta dessas ruas, é que o motorista conhece e passa devagar nos buracos, porque se ele passar correndo, com certeza o ônibus tomba”, diz a moradora.
O comerciante Marcio Siqueira, 36 anos, reclama da situação que prejudica diretamente o mercado que possui na região. “Com essa situação das ruas, aquele idoso que precisa sair de casa para comprar algo não consegue e fica dentro de casa, porque é um risco ele sair com esse tempo e afundar nessas ruas. Perdemos muito com isso, cai o movimento do mercado e a situação está cada vez pior. Tem rua que nem passa, linha de ônibus que está intransitável. Se tentar passar com carro pequeno, o motorista acaba atolado”.
Ademilson Trindade, 33 anos, que deixou o município de Anastácio para residir no Núcleo Industrial, ressalta que se arrependeu de trocar a região onde morava por um bairro recheado de problemas. “Aqui é pior que Anastácio, tem muito buraco, as ruas são precárias, é difícil andar nas ruas aqui, a região está abandonada pelo poder público”.