Em áudio apresentado pela acusação durante o primeiro dia de julgamento do caso Sophia, Christian Campoçano instruiu a mãe, Stephanie de Jesus da Silva, a torturar a menina.
No áudio Christian diz: "Dá uns tapão nela e você vira a cara dela pro colchão e fica segurando porque aí ela para de chorar. É sério. Parece até tortura, mas não é, tá? Porque aí ela vê que ela não vai ter ar suficiente pra chorar e ela para de chorar" (SIC).
Pescoço girando quase 360 graus
Em depoimento como testemunha de acusação no julgamento da morte de Sophia de Jesus Ocampo, o médico legista Fabrício Sampaio Moraes descreveu em detalhes os traumas sofridos pela criança e respondeu a questionamentos técnicos sobre os sinais de violência e o intervalo estimado da morte.
Ao júri, o médico confirmou que a causa da morte de Sophia foi um trauma raquimedular de grande intensidade, indicando uma força significativa aplicada à coluna cervical. Segundo ele, o pescoço da menina girava "quase 360 graus" devido ao rompimento dos ligamentos da coluna, resultado de um golpe extremamente violento. Este nível de lesão, conforme explicado, é raro e indicativo de agressão deliberada.
Ao ser perguntado se um "cascudo" poderia ter causado a lesão, o legista afirmou que isso seria possível, mas que a força necessária seria muito maior do que um golpe usual dessa natureza. Essa declaração reforçou a tese da acusação sobre a brutalidade da agressão.
Sophia foi vítima de estupros em série, aponta acusação; marcas antigas e recentes
Durante a leitura dos autos do julgamento sobre a morte de Sophia de Jesus Ocampo, o juiz Aluízio Pereira dos Santos destacou a confirmação de estupro contra a menina, com a constatação de ruptura do hímen, verificada por exames médicos.
A promotora Lívia, responsável pela acusação, afirmou que Christian Camposano, padrasto da vítima, praticou crimes de abuso sexual e atos libidinosos em Sophia, tanto em momentos recentes quanto em episódios anteriores ao homicídio. A promotora pediu a condenação do réu, enfatizando a gravidade dos atos cometidos.
O juiz também explicou a acusação de homicídio, que possui qualificadora de crime cometido por motivo fútil, dado o desgosto que os réus teriam sentido em relação ao comportamento da criança. Na sua vez, a promotora reforçou que o homicídio foi perpetrado de maneira cruel, causando sofrimento desnecessário à menina, uma criança de 2 anos.
Sophia foi levada à UPA Coronel Antonino em 26 de janeiro de 2023, já sem vida. O laudo médico revelou que a criança havia falecido horas antes de ser levada à unidade, vítima de um trauma raquimedular na coluna cervical e hemorragias internas graves.
Após as investigações, Stephanie e Christian foram presos e acusados pela morte de Sophia. A criança era submetida a castigos violentos e abusos recorrentes.