A relação dos vizinhos e o silêncio nas tentativas de salvar a pequena Sophia de Jesus Ocampo, de 2 anos, morta no mês de janeiro, também foi um tema explorado na audiência pública por Márcia Gomes, representante da Pastoral do Menor.
O encontro, nesta quarta-feira (15), na Câmara Municipal, serviu para sugerir ideias com intuito melhorar a rede de proteção às crianças e adolescentes.
Antes de entrar realmente no assunto, Gomes relembrou o caso da menina Isadora, de 11 anos, conhecida como 'Estrelinha' no bairro Nossa Senhora das Graças, mas que não teve uma ajuda dos vizinhos, que sabiam dos problemas na casa da criança.
A representante criticou e questionou as deficiências para a proteção da criança. “Precisamos que seja efetiva a intervenção para não termos mais crianças com as vidas ceifadas”, afirmou.
Ela questionou o fato de as duas vítimas recentes morarem em áreas urbanas, com vizinhança próxima e ainda, falou da questão do curto atendimento e acompanhamento das denúncias realizadas.
Mateus Firmino, representando o Comitê da Enfrentamento à Violência Sexual, lembrou que os primeiros a identificarem a violação, podem ser o professor, o agente comunitário de saúde. “A família é responsável por garantir direitos sociais, não está sozinha obrigação de proteger a criança”, afirmou.
Ele lembrou ainda que tem toda uma estrutura nos bairros, de assistência e qualidade de vida, que precisa ser garantida à criança pelo poder público.
Isadora e Sophia foram brutalmente assassinadas após serem espancadas e estupradas. Enquanto o caso de Estrelinha aconteceu no fim de dezembro do ano passado, o caso de Sophia é mais vivo na memória dos campo-grandenses, pois aconteceu no final de janeiro deste ano.