A avó da bebê Sophia de Jesus Ocampo, estuprada e morta aos 2 anos e 7 meses, em 26 de janeiro deste ano, disse que a filha era distante e não conseguiu perceber sinais de maus-tratos na menina.
Delziene da Silva de Jesus depôs em audiência de instrução, no final da tarde desta segunda-feira (17), no Fórum de Campo Grande. O dia foi dedicado a ouvir testemunhas elencadas pela acusação.
"A Stephanie mudou por completo. Ficou distante, não deixava eu entrar na casa dela’’, disse a mãe da ré, Delziene da Silva de Jesus. Ela destacou que passou a se intrometer na vida da filha e a falar da sujeira que havia na casa dela.
''Eu falava sobre as pessoas que entravam na casa dela... Às vezes eu chegava apenas no portão'', relembrou Silva.
Agressões
A avó da bebê destaca que foi justamente em razão do distanciamento da filha, que não percebeu os hematomas no corpo da netinha.
''Quando eu pegava [a Sophia] já estava sem lesões'', destacou a avó. Delziene falou sobre o episódio que a neta quebrou a perna.
''Foi em meados de novembro... 'Eu perguntei [para a Sthefanie] e ela falou que a [Sophia] tinha caído no banheiro''', contou a depoente.
Cristian é réu por estupro e assassinato. (Foto: Redes sociais)
Estupro
A avó da bebê relembrou o dia da morte de Sophia, quando a pequena usava uma fralda descartável. A médica mostrou as partes íntimas para Delziene, dizendo que estava muito machucada e com indícios de violência sexual.
Conivência
Delziene diz ter descoberto que a filha era conivente com os crimes, no dia da morte da bebê. Uma médica de uma UPA mostrou a parte íntima da neta para ela.
''Foi ali que eu percebi que a Stephanie não fazia nada pra socorrer a Sophia'', lamentou a avó na audiência.
Pai
O pai de Stephanie, Rogério da Silva, contou que, certa vez, ficou horrorizado ao ver a quantidade de homens que entravam na casa da filha.
"Eu nunca imaginei alguém fazendo isso", disse o homem, que viu fotos de marcas de lesões e hematomas.
A morte
Sophia de Jesus Ocampo morreu na noite do dia 26 de janeiro, quando foi encaminhada para o UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino. Por lá, médicos e enfermeiros indicaram que a criança já havia falecido há mais de quatro horas e ela tinha sinais de estupro e violência física.
No período de investigação, a Polícia Civil descobriu que houve mais de 30 idas da criança para unidades de saúde.