Após um mês de internação, o bebê Yago continua sendo observado pelos profissionais da Santa Casa de Campo Grande e seu quadro de saúde é estável. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, Yago deu entrada no local com pneumonia e a infecção foi curada.
Ele também foi diagnosticado com Síndrome de West e necessitava de R$ 2,5 mil para a compra de três ampolas de Synacthen, para controlar as crises de epilepsia que vinha sofrendo. Segundo a Santa Casa, o dinheiro foi arrecadado após campanha e o bebê já tomou a medicação e segue sendo observado por um neurologista.
Sobre a possibilidade de alta, a assessoria destaca que a criança continua internada, sem previsão de alta.
O caso
O caso de Yago é inédito em Campo Grande, pois Renata Souza Sodré teve morte cerebral com cinco meses de gestação, foi internada e os aparelhos foram desligados no dia 31 de março de 2017, após o nascimento do bebê.
Renata passou mal no dia 27 de fevereiro e foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Tiradentes, mas já chegou ao local desacordada. Diagnosticada com Acidente Vascular Cerebral (AVC), a jovem foi transferida para a Santa Casa de Campo Grande.
Após a morte cerebral ter sido confirmada, familiares autorizaram manter a jovem respirando por aparelhos até completar 28 semanas de gestação. Yago nasceu no dia 31 de março e chegou ao mundo se despedindo da mãe, que foi enterrada no dia do nascimento da criança.
Com dois dias de vida, pesando 1 quilo e 50 gramas, o pequeno contraiu uma bactéria, deixando os familiares em pânico. Os médicos conseguiram estabilizar a situação do bebê, que continuou na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neo Natal da Santa Casa.
De acordo com o hospital, no mês de maio, o pequeno passou por procedimento cirúrgico de correção da artéria que irriga o pulmão, devido a uma má formação. Com sol ou chuva, os familiares sempre estavam ao lado de Yago nos horários permitidos pela equipe médica.
Médicos, enfermeiros, técnicos e toda a equipe da Santa Casa se uniram e se dedicaram diariamente para a recuperação do prematuro. Um laço de amor e carinho foi criado entre os profissionais e o pequeno. Em agosto, ao completar cinco meses de vida, ele foi transferido da UTI para a UI (Unidade Intermediária) ao atingir 1.685 kg e passou a ter, conforme o neurologista Walter Perez, um contato maior com a família, que começou a segurar por mais tempo o bebê nos braços.
Os profissionais começaram a se dedicar para que Yago deixasse de respirar com a ajuda de aparelhos, aprendesse a mamar sozinho para atingir o peso necessário e ir para o aconchego do lar. Após seis meses de hospital, o médico Walter Perez, a intensivista Patrícia Berg Leal e a neonatologista Claúdia Guimarães entregaram o pequeno aos braços dos familiares, com a tão sonhada alta. Ele deixou o hospital com 50 cm, pesando 3kg.