A avó do adolescente de 14 anos, que denunciou o padrasto por maus-tratos luta na justiça para conseguir a guarda do jovem e afirma que vai dar continuidade na criação do garoto.
A mulher de 56 anos, que prefere ter a identidade preservada, afirma que deu entrada na defensoria pública e está providenciando os papéis solicitados.
“Eu vou cuidar dele agora. Minha filha não quis entregar nem os documentos dele, tive que providenciar a segunda via dos documentos dele. Eu e meu esposo vamos cuidar dele. Desde pequeninho que ele sofre com isso, agora ele se impôs e vamos ficar do lado dele. Ele não quer mais voltar para lá”, diz a avó.
Ela destaca ainda, que o menino está chateado com a mãe, que teria passado ‘panos quentes’ para o marido.
“Ele fica triste, ele queria que a mãe dele ficasse do lado dele, mas infelizmente ele acoitou isso. Temos medidas protetivas, ela não pode chegar perto dele por enquanto. Eu vendo lingerie, vendo jogo para cama, mesa e banho e assim vamos nos virando. Meu esposo é aposentado, queremos ajudar meu neto e vamos terminar de criar ele”, diz a avó.
Relembre o caso
Adolescente de 14 anos contou com a ajuda do tio, de 32 anos, para denunciar maus-tratos que vinha sofrendo do padastro. O boletim foi registrado em Campo Grande, na noite do dia 9 de maio.
De acordo com o menino, o padastro o obrigava a comer restos de comida, o que sobrava dos irmãos menores. O tio contou que o garoto reclamava das ameaças e lesões.
O adolescente passou alguns dias na casa do familiar e não queria mais voltar para casa. Ele relatou que o padrasto dizia que se contasse sobre as agressões, iria "bater, levar os irmãos embora e matar a sua mãe".
Conforme o boletim de ocorrência, a mãe do menino foi buscá-lo na casa do irmão e a confusão começou. O tio contou sobre as agressões e a mulher, com o padrasto, não teria gostado das queixas e desferiu tapas e arranhões. "Vou te pegar, vou te dar um corretivo", teria dito o padastro.
O tio do adolescente registrou a queixa na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, que apontou os crimes de lesão corporal dolosa, maus-tratos e ameaça.