Crianças autistas estão recebendo atendimento entre alcoólatras e dependentes químicos em Campo Grande. Com a situação, mães, pais e familiares de autistas agora buscam a aprovação de projeto de Lei na Câmara Municipal para que seja construído um centro de atendimento terapêuticos.
“Nossos filhos são atendidos de forma generalista, e sem preconceito com esse grupo de pessoas, mas o transtorno autista é muito mais complexo e específico. Simplesmente receber não atende de fato as necessidades do tratamento necessário para habilitação da deficiência”, comenta Carolina Alves Correa, mãe de gêmeos autistas e coordenadora da Associação PRO D TEA
Segundo ela, agora, é preciso que o projeto seja votado em regime de urgência. “Por isso, estamos solicitando urgência na tramitação do projeto de lei protocolado e porque já fizemos audiências públicas para tratar do assunto. Não podemos mais ser negligente com o assunto.
De acordo com dados da AMA (Associação de Pais e Amigos dos Autistas) e da ABRA (Associação Nacional dos Autistas) 1% da população de Campo Grande apresenta o TEA, que é o transtorno do espectro autista, porém, o número de pessoas que recebem o tratamento é muito pequeno.
“São mais de 9mil pessoas. Dessas, apenas 700 estão com algum tipo de atendimento nas Associações filantrópicas e no CAPS. E devemos lembrar que os CAPS prestam serviços de atendimento ambulatorial e psicossocial que agrupam nos serviços terapêuticos a integração dos autistas com dependentes químicos e de alcoolismo”, ressalta.
Para mostrar a importância da criação de um local para este atendimento, a mãe abre o coração. “Sem preconceito com esse grupo de pessoas, mas o transtorno autista é muito mais complexo e específico. Simplesmente receber não atende de fato as necessidades do tratamento necessário para habilitação da deficiência”, desabafa.
Por isso, as mães estão se organizando para pedir regime de urgência na Casa de Leis.
Projeto apresentado está em análise
A matéria apresentada na Casa de Leis é de autoria do vereador Odilon de Oliveira (PDT) que protocolou na última terça-feira (1) o projeto de Lei que institui proteção a pessoas com transtorno do espectro autista.
A ideia é inclusive de Carolina, e foi instituída na 1ª escola para atendimento autista no Rio de Janeiro, de autoria de Berenice Piana, cujo nome foi dado à Lei.
De acordo com o texto, há a previsão de que o Poder Público seja autorizado a firmar convênios com empresas para o desenvolvimento de ações voltadas à Implementação da Política Municipal dos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista e a criação de um centro referência em atendimento clínico, pedagógico e de formação profissional.
Outro ponto a se destacar é a capacitação de profissionais especializados no atendimento e o estimulo a pesquisas para ampliação da qualidade de vida das pessoas com autismo.