Com necessidades especiais, autistas estão sofrendo para terem acesso a dentistas na Capital. A reclamação é de Aparecida Lopes, mãe de um menino de 11 anos, que para conseguir fazer tratamento dentário precisa passar por sedação. O problema é que o Hospital São Julião, que é único local que faz esse tipo de procedimento na cidade está sem prestar o serviço.
“Liguei lá e eles informaram que não estavam fazendo mais a aplicação da anestesia nem prestando o atendimento porque não teriam recursos para comprar a anestesia própria, mas como meu filho vai ficar sem ir ao dentista, ainda mais próximo de retornar às aulas?”, questiona indignada.
Segundo Aparecida, o menino tem surdez e autismo e necessita que seja sedado para passar pelo dentista. “Uma atendente me disse que não tinha o sedativo porque o Governo do Estado nem a Prefeitura Municipal tinha repassado o dinheiro que teriam que repassar para o hospital, mas e os pacientes ficam como, se só nesse hospital é oferecido o serviço”, reclama mostrando a carteirinha de atendimento da criança e lembrando que antes a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) também oferecia o tratamento, mas não oferece mais.
Outras mães entraram em contato com a reportagem por meio do grupo PRO-TEA (Transtorno do Espectro Autista), porém, preferiram manter o anonimato por medo de ficarem totalmente sem o atendimento para as crianças e adolescentes.
Outro lado
Em contato com o secretário estadual de saúde Carlos Alberto Coimbra a informação é que na semana passada todos os repasses atrasados foram quitados e que já estavam em dia. “Fizemos os pagamentos, dos atrasados inclusive, porém vamos verificar sobre o atendimento”, garantiu.
No Hospital São Julião, apesar das insistentes ligações não foi possível contato nem com a diretoria, nem com nenhum dos atendentes que informaram não poder falar sobre o assunto.