Audiência pública sobre adotar ou não o chamado ‘’passaporte sanitário’’ em Campo Grande gerou princípio de tumulto, na tarde desta segunda-feira (27), na Câmara Municipal. Grupos contrários trocaram hostilidades e a Guarda Civil Metropolitana foi acionada.
Grupos contrários ao passaporte chamam a medida de ‘’ditadura’’, alegando que não se pode restringir o direito de ir e vir do cidadão. Os que defendem a ideia, acham que a medida reduzirá o número de contaminações e óbitos pela covid-19.
‘’Vacina não garante nada. Quem tomou vacina também morre’’, gritou um dos manifestantes, contrário ao passaporte. Houve muita gritaria e dedos apontados entre grupos que defendem e criticam o projeto.
O salão principal da Casa de Leis ficou lotado, onde todos se manifestavam, a favor ou contra. Também estavam professores, cientistas, representantes do comércio da Capital e até o secretário de Saúde, Geraldo Resende, e o secretário municipal, José Mauro Pinto de Castro Filho.
Um representante do Corpo de Bombeiros foi chamado de ‘’petista’’, por defender o passaporte sanitário.
Quem falou em defesa do comércio destacou que o setor já viveu muitas dificuldades na pandemia e que proibir o acesso de não vacinados iria piorar a crise dos comerciantes.
Um dos trechos do projeto de lei diz que até inscrição em concursos públicos só serão permitidos a quem comprovar a vacinação em duas doses. Além disso, não permite a entrada de pessoas não vacinadas em clubes, bares e outros locais fechados da cidade.
O vereador Otávio Trad destacou que é a favor da vacina e do passaporte sanitário, mas que está ouvindo todos os lados, sobretudo em relação às questões legais, como direito constitucional e a liberdade do cidadão em ir e vir.
O vereador Ayrton Araújo, do PT, foi que propôs a audiência. Ele destacou que quem grita contra o passaporte sanitário é a favor da morte, assim como o presidente Jair Bolsonaro.
‘’Estamos lutando pela vida, mas como temos a liberdade de ir e vir, nós abrimos a Casa para o povo vir se manifestar’’, disse o petista.
Ainda não há data para o projeto ser votado na Câmara.