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Campo Grande

13/08/2019 09:30

Atraso de salário é rotina no Nosso Lar, mas diretor nega explicação: 'tchau, boa noite'

Ao menos 11 trabalhadores reportam problemas no pagamento

Novas denúncias dão conta de atrasos nos salários de funcionários do Hospital Nosso Lar, em Campo Grande. Desta vez, profissional aponta que o dinheiro foi pago em três vezes. Questionado, o diretor-presidente da unidade, Enier Guerreiro, disse que não iria responder ‘este tipo de coisa’. 

Um dos trabalhadores da área de enfermagem conta que – da ocasião em que o TopMídiaNews denunciou o caso – a coisa só piorou. 

''O salário era pago em duas vezes, agora são três'', lamenta o trabalhador. Ele acrescenta que ele e colegas têm crediário em lojas a honrar, mas com o atraso, são obrigados a pagar os juros da prestação vencida. 

Funcionários recebem salários em duas e até três vezes. (Foto: Repórter Top)

''Por lei, a empresa é que deveria arcar com esses encargos, mas eles  não querem nem saber'', explicou o trabalhador que preferiu o anonimato. Outra crítica está no fato do Departamento Pessoal do hospital obrigar os servidores a assinar o contracheque como se estivessem recebendo o valor integral no quinto dia útil do mês. 

''Fazem isso para ninguém ter prova e denunciar no Ministério Público [do Trabalho]'', analisou o denunciante. 

O problema ocorre há oito meses, dizem os profissionais. A maioria é da parte da enfermagem, mas outros setores também sofrem com o problema.  Ainda segundo o reclamante, os empregados são ameaçados de demissão caso denunciem a situação à imprensa ou ao Ministério Público. 

''Porque eles dizem: se não tem dinheiro para pagar nem o salário, imaginem os direitos trabalhistas'', reporta o denunciante. 

Outro lado

Assim como na reportagem anterior, questionamos Enier Guerreiro sobre o problema. Por telefone, ele disse que não iria comentar o caso.

Na matéria de 9 de julho, Guerreiro negou atraso, mas disse que o repasse do governo do Estado estava pendente. A assessoria do Governo negou qualquer atraso no repasse. 

Ao ser perguntado novamente se não seria obrigação sua como dirigente explicar a situação, ele mandou a reportagem ir até o hospital "para ver as coisas" e finalizou repentinamente com um "tchau, boa noite".

Apesar disso, após o contato da reportagem, ele depositou os 15% que faltavam do salário dos funcionários nesta terça-feira (13). 

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