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Campo Grande

há 7 anos

Médico receita remédio errado, mas alerta de farmacêutico salva vida de criança

Após alerta, ajuda de uma cardiopediatra dedicada e o instinto de uma avó atenta salvaram Vallentina da morte certa

Quando nasceu, a menina Vallentina esbanjava saúde, mas com 40 dias de vida, ela teve uma “crise de espirros” e a mãe, com medo, logo a levou até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) das Moreninhas em busca de um pediatra. Foi aí que tudo começou a mudar na vida dela e da mãe Kathellen Roca.

Mãe de primeira viagem, ela foi atendida pelo profissional e de cara estranhou a consulta. “Ele foi bem grosseiro, nos atendeu rispidamente e disse que ela estava com uma influenza (tipo de gripe) muito forte e suspeitava que fosse H1N1, eu entrei em desespero”, relembra.

Com isso, o médico pediatra passou uma receita de Oseltamivir, conhecido pelo nome comercial da “Tamiflu”. Acompanhada do marido, ela correu até uma farmácia, pois não havia o medicamento no posto de saúde. “Pagamos R$ 250 na caixa do remédio e, quando o farmacêutico perguntou para o que era, eu contei. Assustado, ele me orientou que o remédio para H1N1 era para pessoas de peso superior a 40 quilos e minha bebê tinha apenas quatro quilos”.

Desesperada, ela ligou chorando para a mãe. “Ela me proibiu de dar o remédio e imediatamente veio me buscar, nos levando para a Santa Casa”, conta. E se instinto de vó é mais poderoso que tem, nesse caso é indiscutível.

Cardiopatia grave e gratidão

“Fizeram vários exames nela e lá eu estou, sentada, esperando os resultados. Me vem uma cardiopediatra e me diz que minha filha estava com uma pneumonia gravíssima e teria que internar ela urgente, pois o coração dela estava inchado também. Meu mundo desabou naquele momento”, conta emocionada.

Kathellen faz questão de frisar que, até hoje, ela agradece a intercorrência do farmacêutico. “Minha filha estava em estado grave e um erro de um médico pediatra me fez levá-la  a outro profissional. Eles mesmos me orientaram a procurar a Justiça, porque eu poderia ter matado minha bebê naquele momento”.

Foi nas mãos da cardiopediatra Claudia Caroline Piovesan que Vallentina teve a vida salva. “Ela descobriu que minha filha era cardiopata e que tinha um problema que só seria sanado com uma cirurgia. Hoje, ela tem 1 ano e 4 meses, há dez meses fez a cirurgia e, mesmo com todos me orientando a ir atrás desse pediatra e processá-lo, hoje, eu só consigo agradecer a equipe competente da Santa Casa que salvou a vida da minha bebê”, esclarece.

Ela ainda guarda a receita do remédio que não deu a filha. O nome do médico foi ocultado, até para não expor, já que a mãe decidiu não procurar a Justiça. “Mas acredito que todos devem buscar a Justiça, apesar de ser difícil, um erro pode custar uma vida, mas os anjos estavam atentos para minha Vallentina”, agradece.

Ah, e a bebê, até hoje, faz tratamento com a médica que ajudou a salvar sua vida. 

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