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Campo Grande

16/08/2018 07:00

Pai que comoveu campo-grandenses se entrega para drogas e abandona filhas com avó

Dona Maria Edna se tornou mãe-avó da noite para o dia e cria as netas trabalhando como faxineira

Oito meses após muitas pessoas se mobilizarem para ajudar quatro crianças e um pai desesperado, o TopMídiaNews voltou até a residência de Francisco Assunção, 31 anos, no bairro Tarsila do Amaral, em Campo Grande, e encontrou uma história triste. A residência está de cara nova, bem mais estruturada, mas o pai amoroso desapareceu.

O local, que antes tinha madeiras como cercado, hoje está murado e com um portão novo. Tentamos contato com Francisco, mas uma vizinha informou que o morador não aparece no local há dois meses. Seguimos para a casa da mãe de Francisco, Maria Edna de Assunção, 64 anos, e descobrimos que hoje ela faz o papel de mãe-avó das quatro meninas.

De acordo com Dona Maria, o filho é usuário de drogas e abandonou as filhas. “Ele deixou as meninas aqui comigo e sumiu. Ele é usuário sim, mas as coisas que ele ganhou não foram trocadas por drogas, ele construiu o muro, construiu uma peça no fundo da casa, aproveitou as doações. Os alimentos, ele usou, só que também deu para outras pessoas que precisavam. Meu filho é usuário, mas ele tem um coração bom, como ganhou muitas coisas, ele deu um pouco para outras pessoas que também passam necessidade. Mas, agora, fechou a casa e foi embora”.

Com lágrimas nos olhos, Dona Maria diz que lamenta o destino das netas, já que a mãe foi embora e Francisco tomou a mesma iniciativa. “É triste, mas eu estou aqui para cuidar delas. Acordo 5 horas, arrumo elas e me arrumo porque faço faxina, deixo as duas maiores na escola e as pequenas na creche. Essa semana, minha neta de 7 anos chorou falando que ela queria muito abraçar o pai dela, mas infelizmente eu não sei para onde ele foi. Tem mais de 60 dias que ele sumiu. Já me falaram que viram ele na antiga rodoviária. Eu tenho medo do que pode acontecer com ele, mas eu não consigo segurar um filho daquele tamanho, então ele foi embora”.

A idosa afirma que, com o dinheiro das faxinas, consegue garantir o arroz e feijão para as quatro netas. “Eu agora estou cuidando delas, faço minhas faxinas e consigo comprar comida. Eu busco elas 10h30 e dou almoço. Mas eu não reclamo não porque eu tenho um teto para fugir do sol e da chuva, tem muitas pessoas por aí que não tem nada, não tem nem como fugir, mas eu tenho minha casa, graças a Deus”.

Questionada sobre os moradores da casa, Maria explica que oito pessoas dividem a casa. “Mora aqui eu e minhas quatro netas agora na casa da frente. No fundo, tem umas pecinhas, em que moram minha filha e meus outros dois netos. Eu sou voluntária também no centro espírita nos dias de domingo, consigo ajudar outras pessoas também”.

Ela afirma ainda que Francisco foi embora e levou a chave do imóvel. “Eu até precisava pegar algumas coisas das meninas na casa, mas ele levou a chave e ficou tudo fechado. Eu só peço a Deus para que não aconteça nada com ele e espero que um dia ele volte para casa, volte a trabalhar e cuidar das filhas, ele não é uma pessoa ruim”.

Dona Maria agora conta com as faxinas que realiza pela cidade e também com a solidariedade das pessoas. Para ajudar a idosa é possível ligue para o telefone (67) 9 9235-5337.

Relembre a história

Muitas pessoas doaram alimentos, móveis, materiais de construção e brinquedos para Francisco, que contou ao TopMídiaNews, em janeiro deste ano, que foi abandonado pela esposa e ficou com as quatro filhas. Ele disse que a mãe das crianças abandonou a família em 2016 e não deu mais notícias.

“Ela foi embora, não brigamos nem nada, ela só falou que não queria mais continuar vivendo comigo e que também não levaria as meninas. Eu concordei, ela saiu e nunca mais voltou. Nunca mais nem fez contato para saber das filhas. Eu cuido delas desde quando ela foi embora”, contou o homem.

Francisco ficou na casa com uma filha de seis anos, uma de cinco, uma de três anos e uma bebê de um ano e seis meses.  Na época, ele alegou que tinha perdido o emprego porque não tinha com quem deixar as filhas, que estavam de férias da escola. 

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