Mulher que denunciou, ao TopMídiaNews, suposto espancamento do filho de 17 anos, internado na Unei Dom Bosco, em Campo Grande, em 2 de abril deste ano, diz que sua situação só piorou depois da matéria. Ela dá conta de novas ameaças e entende que os responsáveis pela unidade têm a certeza da impunidade.
Conforme o site publicou à época, a zeladora de 36 anos, que não quis se identificar, havia dito que o filho sofreu agressões físicas em duas oportunidades: uma por ter sido responsabilizado por um buraco no quarto onde os garotos ficam (leia-se cela) e por ter participado do que chamou de brincadeira de atacar chinelos uns nos outros.
Na versão da mãe, as agressões deixam diversos hematomas, porém, que desaparecem com o tempo e fazem com que ninguém acredite no caso.
Agora, no contato mais recente com o site, a mulher diz que o filho já teve o encaminhamento de transferência para o interior do estado aprovado, na visão dela como forma de punição.
''Agora vou novamente no Fórum e na Defensoria [Pública]. Sinceramente, está cada dia mais difícil'', desabafou a mulher. Ela contou também que o filho ainda permanece isolado dos demais.
''Dia 7 de abril fui ver meu filho e ele estava novamente no castigo, com mais três adolescentes'', revelou a mulher.
A zeladora aponta que o desrespeito dos agentes da unidade também vem em forma boatos. Neste caso, os servidores teriam dito aos internos que ela teria dito na matéria que outras mães levavam drogas para os filhos.
''Eu conversei com algumas mães quando sai, pois é perigoso elas acharem que é verdade e vir pra cima de mim. Mostrei a reportagem e pedi que elas conversassem com seus filhos na próxima visita'', explicou a denunciante.
Na última visita, em 7 de abril, a mulher diz que conversou com o diretor da unidade, mas que teria sido desrespeitada.
''O diretor falou pro meu filho que eu posso fazer o que eu quiser que pra ele 'não da nada' e quem vai sofrer as consequências somos nós'', denunciou.
Em sua rede social, ela botou uma imagem que simboliza um coração partido, já que a transferência do menor teria sido autorizada pela Justiça.
''Não tenho condição de ir pra outra cidade. Moro aqui. Eles [diretoria da Unei] não ouviram meu filho e simplesmente pediram transferência'', finalizou.
Sem resposta
Quando da primeira denúncia, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública informou que a Superintendência de Medidas Socioeducativas abriu procedimento para apurar os fatos. A Sejusp ressaltou que até o dia que o site fez o questionamento, o órgão não havia recebido nenhuma denúncia sobre esse caso.
No âmbito da segunda denúncia, questionamos se a investigação havia chegado em alguma conclusão, mas não tivemos resposta. Também perguntamos quais os critérios de transferência para o interior do estado, mas também fomos ignorados.