Os moradores que invadiram a área da prefeitura no Jardim Montevidéu, que se depararam com máquinas para a demolição de das casas construídas na semana passada, afirmaram ao TopMídiaNews que exigiram uma reunião direta com o prefeito Marquinhos Trad (PSD) e aguardam o agendamento desta agenda.

De acordo com o líder do grupo, Rodrigo Karrapixo, seis casas de alvenaria foram destruídas pela equipe de Trad e os moradores entraram em acordo com a prefeitura, suspendendo as construções das casas até que uma solução seja apontada.

"O primeiro contato  com a equipe do prefeito foi no dia que começaram as demolições, eles chegaram demolindo e conseguiram destruir seis casas de alvenaria. Depois quando chegaram os representantes do prefeito, entramos em um acordo. Eles pediram para parar de construir as casas até que uma solução seja encontrada e estamos fazendo isso. Paramos de construir e aguardamos", explica o líder.

Rodrigo destaca que os moradores exigem um diálogo com o Chefe do Executivo, já que as cem famílias que ocupam o local, apoiaram sua campanha no ano passado. "Apoiamos de forma voluntária a campanha dele e agora queremos esse contato direto para ver o que ele pode fazer para legalizar nossa situação aqui. Estamos aqui há sete meses, tem crianças vivendo aqui, precisamos de uma assistente social".

Questionado sobre a prefeitura manter a decisão de retirar as famílias da área, Karrapixo garante que o prefeito enfrentará resistência das famílias. "Vamos resistir se a decisão for retirar, mas se ele propor levar as famílias para outros locais, queremos conversar e se isso ocorrer, tem que ser para casas já construídas e não fazer como fizeram com o pessoal da Cidade de Deus".

O TopMídiaNews entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura, que informou que Marquinhos terá uma reunião com os moradores, mas a data e horário não serão divulgados. O Chefe do Executivo garantiu que vai fazer um levantamento para regularizar a situação de algumas pessoas que ocuparam terreno público na Capital.

Conforme a assessoria, aqueles que possuem pelo menos três meses de ocupação destes terrenos terão uma alternativa que será construída nos próximos dias e o poder público não vai dar aval a atitudes que prejudicam a própria população.

“Essas áreas que eles estão invadindo são justamente as reservadas  para a edificação de um posto de saúde para aquele bairro; área para um Ceinf (Centro de Educação Infantil) para aquele bairro… É uma área chamada de equipamento de lazer de utilidade publica. É para eles. Por isso, tem que cuidar da área deles”, disse o prefeito.

Trad ressalta que é necessário fazer a regularização da área ou cogita a possibilidade do morador esperar pelo um sorteio da Agência Municipal de Habitação.“Vamos fazer um levantamento de todos aqueles que estão ali, residindo verdadeiramente e não aqueles que as casas foram demolidas. Aqueles não estavam residindo. Tem um, por exemplo, que era ponto de droga. Nós pegamos vários depoimentos de pessoas ali. Tem outro que vive de reciclagem. O ganho dele é mínimo e em dois dias ele conseguiu levantar um local que tinha três mil tijolos. Com certeza não era dele”.