A agente de saúde em Campo Grande, Priscilla Teodoro da Silva, 30 anos, lamentou, nas redes sociais, o fato de ter sido barrada em teste de vacina contra a covid-19. Ela diz que atua diariamente no combate à doença nos bairros, mas, por não ser classificada como ‘’profissional de saúde’’, não pode receber a imunização.
Segundo relato feito na página Aonde Não ir em Campo Grande, a servidora garante que, além de visitas às casas, fazer acolhimento nos postos de saúde e cadastrar famílias em programas sociais, também atua no enfrentamento à doença.
‘’Com esse sentimento de ser profissional da saúde na linha de frente dos postos e monitorando frente a frente os casos de CoViD me ofereci a ser voluntária para nova vacina "Coronavac", relata a trabalhadora.
Depois de cadastrada, a agente foi chamada a tomar a imunização e no dia da aplicação foi avisada que precisaria de um comprovante de sua atuação profissional. Ela providenciou o documento e, ao remarcar a data do teste, foi informada que não poderia mais tomar a vacina.
‘’...para minha surpresa recebi mensagem que o agente de saúde, segundo o Instituto Butantan, não é profissional da saúde e não se enquadra como profissional habilitado por não ter ter carteirinha de conselho’’, lamentou novamente Priscilla. Ela exibiu prints da conversa de WhatsApp que mostram que, mesmo dizendo no início que era agente de saúde, teve agendamento marcado.
Entramos em contato com a coordenadora da pesquisa da vacina em Mato Grosso do Sul, Ana Lúcia Lírio. Ela explicou que o protocolo do Instituto Butantan, cuja sede fica em São Paulo, realmente não prevê participação de agentes de saúde nos testes da Coronavac. Destacou também que isso é informado no primeiro contato com quem solicita a participação nos testes e por isso acredita que pode ter havido erro de algum atendente.
Do ponto de vista pessoal, Lírio diz que gostaria que todos os profissionais que atuam na saúde tivessem possibilidade de testar a vacina, mas que precisa seguir o protocolo.
‘’Tô super chateada. O que a gente puder incluir de profissão, a gente vai fazer, mas existe essa restrição’’, destacou a pesquisadora, que prometeu reforçar a orientação aos atendentes que os agentes de saúde não estão no rol de habilitados para o teste.