O achado de um bebê, recém-nascido, em uma caixa de papelão, no dia 1º, no Aero Rancho, em Campo Grande, motivou questionamentos sobre adoção legal, em casos como este. No entanto, profissional com experiência no assunto diz que não há preferência para quem encontra alguma criança abandonada. 

Lydia Pelatt é psicóloga e coordenadora do Grupo de Estudos e Apoio à Adoção Vida, em Campo Grande. Ela detalha que, em casos como o bebê achado no Aero Rancho, a legislação prioriza o vínculo familiar, ou seja, em casos de abandono ou violência, a criança é encaminhada para um tio, avô, irmão ou madrinha.  

No entanto, na ausência de familiares, a criança fica em um abrigo, à disposição para adoção. Neste caso, a prioridade é dada para pessoas que já estejam habilitadas e na fila do processo de adoção. 

''As pessoas [que encontram primeiro a criança] ficam mobilizadas, se identificam e se emocionam, mas não têm essa prioridade'', esclarece Pellat. 

Adoção 

Lydia explica que quem tem interesse em adotar uma criança, tem de se apresentar à Justiça e ser cadastrada no Sistema Nacional de Adoção. O candidato passa por avaliação psicossocial, para ver se há condições de ser pai ou mãe e depois cursos, além de outros critérios analisados. Depois, é preciso analisar o perfil da pessoa e da criança na qual há interesse, para concluir o processo. 

A profissional destaca que o processo de adoção é aberto a todos que tenham perfil, sem restrições ou preconceitos. 

''Temos inúmeros casais homoafetivos, tanto de mulheres quanto homens'', diz a psicóloga. E completa: ''inclusive tem pais solos, homens e mulheres que cuidam do filho sozinho'', acrescentou Lydia. 

Bebê foi achado no lixo, mas estava bem de saúde. (Foto: Repórter Top)

Achado 

O recém-nascido estava em uma caixa de papelão, dentro de uma lixeira, na Rua Congonha do Campo. O pequeno estava sem o cordão umbilical e foi constatado que ele nasceu 24  horas antes de ser achado. 

Quem encontrou o recém-nascido foi um morador, que rapidamente acionou a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros para fazerem o resgate. Há indícios de que ele tenha sido abandonado ainda no início da tarde.

Conforme informações do Tenente Merlin, motossocorristaa dos Bombeiros, a criança estava saudável, sem obstrução das vias aéreas e chorava bastante quando foi encontrada. 

A Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente esteve presente no local e deve dar início a investigação para saber quem é a mãe. 

Apoio

Quem quiser informações sobre o trabalho do GEAAV, pode entrar em contato com o telefone (67) 9 9644 5056.

O grupo oferece informações, apoio e compartilhamento de experiências em processos de adoção.  

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