Antes de ser queimada e morta por outras travestis rivais, em Campo Grande, a travesti Pamela Mirella, 31 anos, compartilhou uma publicação questionando a agressividade das travestis e transexuais.
A postagem, compartilhada pela vítima, questionava o estigma de agressividade que frequentemente recai sobre travestis e transexuais. "Transexuais e travestis são agressivas!? Ou são mulheres extremamente violentadas a ponto de serem obrigadas a impor respeito na marra por questões de sobrevivência?", dizia o texto, que refletia sobre os desafios enfrentados.
O questionamento de Pamela parecia ser um desabafo sobre a realidade de pessoas trans e travestis, que frequentemente são vítimas de violência, discriminação. A reflexão sugeria que o comportamento agressivo muitas vezes atribuído a essas pessoas poderia ser uma reação a uma vida de opressão.
No entanto, Pamela foi vítima de travestis durante um desentendimento em uma boate de Campo Grande. Após a briga com as travestis A.D.S.S. e H.R.G.S. As três foram expulsas do local devido à confusão.
Em retaliação, as agressoras se dirigiram até a casa de Pamela, onde uma delas despejou gasolina sobre a vítima e colocou fogo. Pamela foi socorrida pelo SAMU e encaminhada à Santa Casa de Campo Grande com 90% do corpo queimado, incluindo face, pescoço e peito. A vítima morreu na madrugada desta terça-feira (21).
Após o crime, amigos e familiares de Pamela se mobilizaram e conseguiram localizar as autoras do ataque. Elas foram presas em uma pensão para transexuais no bairro Amambaí. A dupla foi autuada por tentativa de homicídio.
Relembre o caso de Pamela
Segundo consta no boletim de ocorrência, Pamela Mirella estava em uma boate com uma amiga, quando se desentendeu com outras duas travestis. A briga levou a expulsão das três do local devido à confusão criada.
As travestis da confusão compraram um galão de gasolina e foram até a casa da vítima.
Uma delas chegou na casa de Pamela e chamou por ela e, quando a vítima chegou no portão, despejou toda a gasolina próximo a seu corpo, colocando fogo em seguida.
As autoras foram presas na madrugada desta segunda-feira (20) após familiares e amigos da vítima, aflitos e pedindo justiça, comparecerem na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) - Cepol, durante a madrugada e informarem o paradeiro das autoras.
Elas foram encontradas por uma equipe composta pela delegada e investigador, com o auxílio de investigadores da DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), que efetuaram as prisões em uma pensão para transexuais no bairro Amambaí.