O medo do preconceito ainda assombra muitos casais homossexuais nas ruas de Campo Grande, mas ser feliz e deixar o pensamento preconceituoso do outro de lado é o que move e alimenta ainda mais o amor de Érika Ferreira, 27 anos, e Lethicia Pereira, 22 anos.
O casal sempre se depara com o olhar preconceituoso ao caminhar de mãos dadas pelas ruas, mas exige respeito de todos. Érika contou ao TopMídiaNews que já sofreu preconceito dentro de um ônibus coletivo e não baixou bola para o grupo de pessoas recheadas de preconceito como amor alheio.
“Dia 10 de junho faz um ano e sete meses que estamos juntas. Nossa família demorou a aceitar nossa orientação, mas hoje respeitam e nos aceitam. Andamos de mãos dadas na rua, sempre tem alguém que nos olha torto, porém fingimos que não é conosco. Respeitamos locais públicos, não trocamos caricias e nem beijos, pois eu acredito que temos hora e local para isso. Aconteceu uma cena de preconceito dentro do ônibus, onde algumas garotas nos olharam feio ao ver que éramos um casal, mas nunca fiquei quieta, e disse a elas: respeito é bom e gostamos”, explica Érika.
A Auxiliar Administrativo afirma que não deixe de frequentar locais que gosta por medo de preconceito, mas tem amigas que preferem se excluir do que gostam por medo dos outros. “Eu não deixo de sair, ir a algum lugar onde o público seja hétero, pois a maioria dos meu amigos são héteros, mas conheço amigas que evitam certos lugares e preferem frequentar boates e barzinhos LGBT para se sentirem mais à vontade, pois têm medo da forma que os outros podem agir com o preconceitos”.
Érika destaca a quantidade de homicídios envolvendo o público LGBT e acredita que muitos evitam exposição por medo de morrer. “Hoje a vida das pessoas estão sendo ceifadas por bobeiras, estamos em uma geração onde eu não gostar da mesma coisa que você goste é um problema muito grande, contrariar isso pode tirar a vida do outro. Então, como forma de preservar a vida, as pessoas evitam a exposição”.
No trabalho, Érika afirma que ganhou o carinho e o respeito dos colegas. “Não tenho problemas em relação a minha orientação, todos me aceitam e me respeitam como pessoa e sabem da profissional que sou”, conta feliz.