Adolescente de 17 anos se diz arrasada, ao ser chamada para uma entrevista de emprego, que segundo ela, era apenas venda de cursos, em Campo Grande. Não bastasse a falsa promessa, ela garante que foi rebaixada pelo entrevistador.
Conforme publicado no grupo Aonde Não ir em Campo Grande e apurado pelo TopMídiaNews, Keith Oliveira, 42 anos, foi procurada pela empresa, para que a filha passasse por uma entrevista de emprego.
‘’A primeira coisa que perguntei no telefone é se não era oferta de cursos. Perguntei duas vezes e a mulher falou duas vezes que era entrevista de emprego para menor aprendiz’’, garante a mãe da adolescente.
No local, a adolescente, que estava acompanhada da avó, conta que o recrutador pediu o currículo dela e teria dito em tom de deboche: ‘’pelo menos trouxe o currículo’’.
‘’Ele comparou meu currículo com o de outras pessoas e só faltou me chamar de burra’’, disse a menor, por meio da mãe.
Após a análise do currículo e da entrevista, diz a denúncia, a adolescente foi informada que não estava preparada para o mercado de trabalho. Em seguida foram oferecidos cursos - todos pagos - mas recusados em razão da falta de dinheiro.
‘’Ele disse que a mãe deveria estar presente para ele dar um ‘puxão de orelha’ porque tenho que incentivar minha filha’’, lamentou Keith. Na sequência, o entrevistador insistiu para que a jovem se esforçasse e aderisse aos cursos da empresa.
‘’Ele disse para minha filha: ‘sua mãe pode dar 50 [reais], seu pai dá 50... você pode vender bolo de pote para pagar’’, conta a mãe, em tom de revolta.
Keith diz que a filha ressaltou que precisava de um emprego e não tinha dinheiro para pagar cursos.
Resposta
O gerente geral da empresa de cursos garantiu que as pessoas são convidadas para uma ‘’entrevista avaliativa’’ e não entrevista de emprego.
‘’Se, de repente, a pessoa tiver boa performance na avaliação, a gente encaminha direto para as agências que fazem a colocação no mercado. Se não tiver, direcionamos para os cursos e até damos bolsas para cursos’’, justifica o gerente.
O empresário diz que o fato da mãe não ter ido ao local provocou ‘’ruídos’’ na informação. Ele garantiu que, ainda na sexta-feira, entrou em contato por telefone com a mãe, sendo esse procedimento de devolutiva uma medida padrão da empresa.
No entanto, a mãe garante que foi ela que entrou em contato com a empresa para reclamar, mas o gerente não estava e retornou depois. A mulher, de forma muito segura e enfática, pediu que a gravação do telefonema que convidou a filha para a ‘’tal entrevista’’ seja exibida pelo empresário.
‘’Depois que eu pedi para mostrar a gravação, ele desconversou’’, diz a denunciante.
O gerente da empresa também disse que, ao retornar para a mãe, ofereceu um curso gratuito para a adolescente. Mas Keith diz que esse curso sequer entra no currículo da pessoa.
O empresário garante que cerca de 300 pessoas passam pelo procedimento, por mês, e que as reclamações são raras. Ele disse que o recrutador que atendeu a menor nunca recebeu queixas.
‘’Não controlamos a frustração das pessoas. Aqui nós atendemos todos os tipos de pessoas. Tem famílias fragmentadas, com valores invertidos. Muitas mães não querem trabalhar e botam as filhas para trabalhar’’, refletiu o gestor.
Reclamações
Até a tarde desta segunda-feira (20), a postagem no grupo alcançou 113 comentários. Dezenas dele dando razão à denunciante.
‘’Há muitos anos passei por isso. Deveriam fechar isso, já enganaram muita gente’’, disse uma internauta. Outra destacou:
‘’Eles falam que é entrevista de emprego para atrair os jovens. Chega lá começam a falar que o mercado de trabalho é concorrido e quem sai na frente é quem tem algum curso dos que eles oferecem’’.