Sirlene Soares de Castro tem 37 anos e, neste domingo (3), é mais uma mãe que, indo contra as leis da natureza, enterra seu filho Wandré de Castro Ferreira, de apenas 17 anos. O rapaz foi morto com um tiro no olho pela vizinha Elianete Ramona Monteiro, de 44 anos, neste sábado (2).
Para Sirlene, seu filho foi atraído para a morte sob algum pretexto que ela ainda não consegue entender, mas é categórica ao dizer que crime foi premeditado e que seu filho foi executado.
A acusada pelo crime, entretanto, alega que tiro foi acidental e teria ocorrido enquanto municiava, ou seja, carregava, a arma em questão.
ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA
A mãe de Wandré, para defender o que acredita, se apoia no fato de que - segundo vizinhos lhe contaram - a mãe de Elianete teria ido até o condomínio buscar os netos e teria dito a eles que eles não sabiam quem era sua filha, e que a autora é, nas palavras dela, "ardilosa".
Sirlene conta que ninguém suspeitava do passado criminoso de Elianete, e que ela era a "mãe perfeita": "Ela era atenciosa, dedicada aos filhos, gentil, prestativa, um amor de pessoa! Cuidava dos filhos de todo mundo, sempre estava disposta a ajudar, as portas da casa dela estavam sempre abertas, ninguém suspeitava dela!"
Outro ponto, para a mãe, é que Elianete entrou em contradição em vários momentos, contando pelo menos três versões diferentes para o fato e, ainda, também conforme relatos de vizinhos, teria tentado fugir da cena do crime, e pedido a dois moradores do condomínio que escondessem a arma.
Entretanto, como Wandré era um jovem muito querido pelos condôminos, os moradores se recusaram a atender o pedido da autora.
Apesar de visivelmente abalada, Sirlene afirma, de forma muito clara, racional, e com a revolta de de quem perdeu um pedaço do próprio ser, que deseja justiça e, ainda, a pena máxima.
"Eu quero que ela pague! Quero que ela pague com a pena máxima! Se não for pela justiça dos homens, que seja pela justiça divina, porque ela matou o meu filho, ela arrancou um pedaço de mim e acabou com a minha vida. Eu quero justiça!"
MENINO QUERIDO E DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Enquanto conversávamos com Sirlene, várias pessoas se aproximaram para prestar suas condolências e todas, exatamente todas, muito consternadas, muito tristes e, afirmando" por uma boca só", diziam que ele era um ótimo menino.
Algo Sirlene lamenta, também, não ter podido doar os órgãos de Wandré, por questões burocráticas.
" Eu queria ter conseguido doar tudo do meu filho, mas não pude, porque o pai dele tem problemas com a justiça e não quis assinar. Meu filho iria viver em outras pessoas, eu queria muito que ele continuasse vivendo em outras pessoas, ajudando outras pessoas a viver".
O enterro de Wandré está previsto para as 16h.