Presas desde o dia 08 de agosto, Eliane Ajala, de 50 anos, e Edilene Cristine Ajala, de 26 anos, mãe filha, as duas criminosas envolvidas no golpe "Boa Noite, Cinderela", que seduziam, dopavam e roubavam os pertences das vítimas, tinham como alvos principais homens de meia-idade e, na maioria das vezes, casados. A informação foi repassada, na manhã desta segunda-feira (12), pelo delegado Jackson Vale, adjunto da DERF (Delegacia Especializada de Repressão aos Roubos e Furtos), durante coletiva. 

Segundo delegado, Eliane e Edilene escolhiam bem as vítimas e tinham como foco encontrar homens de meia-idade e casados, o que, possivelmente, impediria a vítima a procurar ajuda policial, por vergonha ou receio de que a família descobrisse.

"As principais vítimas delas eram homens de meia-idade, alguns casados, o que dificulta o registro da ocorrência posteriormente. Esse é o perfil que a associação busca, para evitar o registro da ocorrência e evitar a apuração dos crimes por ela cometidos", informou o delegado. 

Além das primeiras vítimas, que denunciaram a ação da dupla, outras pessoas procuraram a polícia relatando que também foram vítimas do "Boa Noite, Cinderela". 

O delegado, ainda em entrevista, relatou que os casos não são comuns para o Mato Grosso do Sul e que, em alguns casos, as golpistas foram as casas dos "alvos" e "batizaram" a bebida da própria vítima. 

"Em Mato Grosso do Sul, casos como esses não são comuns, vemos muito no Estado de São Paulo ou em outras regiões do país. Temos informações de vítima que as levaram para casa, para consumir bebida lá, e mesmo assim, por um descuido, elas teriam batizado a bebida, dopado a vítima e logo após roubado os objetos da casa", esclarece. 

Ainda segundo o delegado, foi encontrado no local um tablete de cocaína pura, in natura, o que significa que o entorpecente era recebido na casa e depois misturado com outras substâncias, até mesmo remédios controlados, prensados e posteriormente usados no crime. 

As duas haviam alugado uma casa, que era usada como laboratório para armazenamento, manipulação e transformação de cocaína. As prisões ocorreram durante a 2ª fase da operação batizada como “Boa Noite, Cinderela!”. As mulheres foram localizadas em uma casa alugada no Bairro Jardim Monumento, em Campo Grande, onde estavam escondidas desde 27 de julho.

A casa alugada pelas foragidas funcionava como uma espécie de “laboratório” para armazenamento, manipulação e transformação de cocaína. 

Elas foram flagradas pelas equipes armazenando 01 tablete e 04 porções pesando no total 2 quilos e 464 gramas são cocaína pura, 03 outras porções totalizando 1 quilo e 702 gramas de amido de milho utilizado para transformação de cocaína em quantidades maiores para distribuição, bem como 01 prensa para moldar tabletes de cocaína, diversas formas de moldagem com alto-relevo da imagem de um golfinho, 02 balanças de precisão, peneira e bobinas adesivas.

Diante dos fatos, além do cumprimento dos mandos de prisão preventiva referentes às investigações pelo crime “Boa noite, Cinderela”, as suspeitas receberam voz de prisão pelos crimes de tráfico de drogas.