Três dias após ser espancada, estuprada e quase morta pelo namorado de 24 anos, a diarista Luiza Carolina de Arruda da Silva, 38 anos, lembra como foi lutar com o namorado armado com punhal e sobreviver a tortura e tentativa de feminicídio, no Jardim Noroeste, em campo Grande.
Ainda sem voz por traumas sofridos durante estrangulamento, Luiza se esforçou para narrar com detalhes como foi as agressões que começaram no sábado (24) e só pararam no domingo, quando o companheiro fugiu.
De acordo com a diarista, a briga começou quando ela chegou em casa do trabalho no sábado e não tinha almoço pronto, enquanto o namorado estava em casa bebendo. Segundo ela, os dois tiveram uma discussão que se estendeu a respeito do conserto da moto da vítima.
Na mesma tarde, o ex-marido e pai do filho de Luiza foi até a casa dela para tratar de assuntos do filho, o que causou ciúmes no autor. "Ele falou para minha filha que as mulheres de antigamente não fariam esse tipo de coisa", lembra.
O namorado comprou mais bebida e quando estava bêbado partiu para cima de Luiza avisando que ia bater nela como se bate em homem para ensinar ela respeitar homem.
"Ele premeditou tudo isso, me deu socos nos olhos e se armou com dois punhais que estavam escondidos na varanda, entrei em luta com ele e consegui quebrar a lâmina de um deles, mas as agressões continuaram", detalha.
A mulher levou socos, tapas e quando estava no chão levou chutes no rosto, causando corte acima do olho direito onde levou pontos.
Além de toda agressão e tortuna, o namorado estuprou a vítima e humilhou a companheira dizendo que ela era uma péssima mãe, que tem muita mulher melhor do que ela e começou a mostrar fotos e conversas de outras mulheres que ele tinha no WhatsApp dele.
Luiza tentou sair dos abusos psicológicos e foi até o banheiro, mas foi seguida por ele. "Foi quando encontrei o outro punhal e consegui esconder. Era por volta das 4 quando consegui convencê-lo de ir embora e que não denunciaria", disse ela ao autor, na tentativa de se livrar das torturas.
O namorado aceitou ir embora, mas levou o celular da vítima.
A diarista, mesmo machucada, conseguiu pular o muro e pedir uma ajuda a vizinha.
"Ela me levou até a casa da minha filha e de lá fui para o posto e depois para a Santa Casa, onde ficou internada e teve alta na segunda-feira (26).
O caso foi registrado na polícia nesta terça-feira e ela pede justiça. "Quero que ele seja preso e processado perante a lei, exponho o caso para ajudar outras mulheres", diz.
Torturada e presa pelo namorado, diarista usa de coragem e abre jogo sobre momentos em cativeiro
Posted by TopMídia News on Wednesday, February 28, 2024