Nona Casa, escrito por Leigh Bardugo e publicado pela Editora Planeta, entrou na minha lista de favoritos logo na estreia da autora em romances de fantasia adulta. Já tinha devorado a trilogia Sombra e Ossos e vibrei com a adaptação da Netflix, mas Nona Casa é outro patamar.
Se antes as referências eram da mitologia russa, Leigh, desta vez, buscou inspiração na cultura oriental, com referências às tradições chinesas, citou obras de Shakespeare e detalhes dos contos ingleses, trouxe referências visuais de obras de arte, além de provocar o leitor com várias palavras incomuns no nosso vocabulário.
Nesta obra, Alex Stern tem problemas com a mãe hippie, abandonou a escola cedo e se envolveu com drogas namorando um jovem traficante. Aos 20 anos, ela é a única sobrevivente de um massacre terrível, que não foi desvendado pela polícia.
Como todo clichê da jornada do herói, a protagonista ganha uma bolsa integral na Yale, universidade de grande prestígio nos EUA. Sua missão? Monitorar as sociedades secretas de New Haven. São oito tumbas frequentadas por ricos e poderosos, mas que funcionam mais como fraternidades universitárias ou diretórios estudantis, se a história fosse no Brasil.
É um livro que poderia ser devorado em poucos dias? Sim, mas ele fica bem mais emocionante se você tirar um tempinho para pesquisar e imergir no universo criado pela autora, que construiu cenas riquíssimas em detalhes visuais.
E prepare um caderninho de anotações, pois a abundância de personagens pode confundir a memória. Não chega a ser um Game of Thrones (Guerra dos Tronos, R. R. Martin), mas quase todos os nomes citados têm alguma importância para a conclusão do livro.
Iniciei a leitura achando que era livro único, porém o esquema de pirâmide do gênero não falha e vem mais desse universo por aí. Mas não se preocupe, a história é finalizada neste volume, que traz muitas discussões importantes como xenofobia, violência contra mulher, drogas e violência sexual.
Alerta para gatilhos (temas sensíveis), especialmente sobre estupro. Não vi classificação indicativa, mas acredito que seja 18+. Ah, não espere muito romance, até tem uma leve insinuação, mas nada mais.
Sugestões de leituras e temas para a coluna: @dihchristie