Após oito mandatos, o imperador do futebol sul-mato-grossense caiu. Francisco Cezário é alvo da Operação Cartão Vermelho, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizad (Gaeco), e foi preso na manhã do dia 21 de maio, em Campo Grande.
Além de Cezário, a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), Aparecido Alves Pereira; Francisco Carlos Pereira; Marco Antonio Tavares; Umberto Alves Pereira; Valdir Alves Pereira; Rudson Bogarim Barbosa; Francisca Rosa de Oliveira; Marcelo Mitsuo Ezoe Pereira; Marco Antonio de Araujo; Patricia Gomes de Araujo (Invictus Sports) e Jamiro Rodrigues de Oliveira são investigados pelo desvio de quase R$ 6 milhões do Governo de Mato Grosso do Sul, e também da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Segundo o Ministério Público do Estado (MPE), a quadrilha fazia saques frequentes nas contas da FFMS em valores abaixo de R$ 5 mil para não chamar a atenção. Com isso, o montante poderia ser dividido entre os envolvidos.
De acordo com o Gaeco, o grupo realizou mais de 1.200 saques, rendendo R$ 3 milhões.
A decisão judicial que autorizou a ação do Gaeco contra Cezário revelou que o ex-presidente da FFMS fazia reuniões na própria casa para receber dinheiro dos outros investigados.
A Operação chegou a flagrar os investigados indo até agências bancárias para sacar o dinheiro desviado. Em seguida, se encontravam com Cezário para fazer a distribuição do desvio.
Além dessa forma de roubo, a quadrilha tinha um esquema de desvio de diárias de hotéis, pagas pelo Governo do Estado em jogos do Campeonato Estadual.
Segundo o pedido de prisões e buscas e apreensões, em quatro anos, Cezário recebeu 84 transferências da FFMS identificadas como ‘’pagamentos em cheque’’, que somaram R$ 4,3 mil. Esse valor não foi declarado à Receita Federal.
Atualmente, Cezário está em liberdade mas com restrições: a) monitoração eletrônica; b) proibição de contato com os demais acusados e testemunhas; c) proibição de ausência da comarca por mais de oito dias sem o prévio conhecimento e anuência do juízo; d) proibição de mudança de endereço sem a prévia comunicação do Juízo; e) proibição de comparecer à sede da FFMS; f) suspensão até que sobrevenha decisão judicial em sentido contrário, de qualquer função referente à Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul.
Petrallás no comando
Com a prisão de Cezário, a FFMS ficou sem um comandante, pois o até então presidente foi afastado por 90 dias. Por isso, o ex-presidente do Operário, Estevão Petrallás, assumiu o cargo de forma interina.
A decisão foi tomada pela CBF. Uma decisão bastante contestada pelos clubes de futebol de Mato Grosso do Sul. Por isso, no dia 07 de junho, uma assembleia foi realizada para decidir se Petrallás seguiria no cargo ou não.
Petrallás conseguiu permanecer como presidente interino, organizou o Campeonato Estadual, tanto feminino quanto masculino, para 2025 e se candidatou para ser o presidente oficial da Federação.
Pois, Cezário foi oficialmente destituído do cargo em 14 de outubro. Com isso, Petrallás, Américo Ferreira, André Baird, Antonio Vieira, Cláudio Barbosa, Marco Araújo e Paulo Telles concorrem à presidência da FFMS, que deve acontecer até o dia 04 de dezembro.
Mais recentemente, a CBF renovou o mandato de Petrallás como presidente interino até abril de 2025. A portaria foi assinada pelo presidente da Confederação, Ednaldo Rodrigues, e publicada no dia 23 de novembro.
Morenão
O Estádio Universitário Pedro Pedrossian (Morenão) foi esquecido no meio de todos os esquemas de lavagem de dinheiro. Até a Operação Cartão Vermelho, o estádio, que está em reforma há anos, estava nas mãos da Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec).
Mas a Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc) pediu a concessão para ter a posse do estádio, para assim assumir a reforma e transformá-lo em um centro de entretenimento. O pedido aconteceu no dia 11 de junho, na primeira reunião da Comissão de Desporto da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems).
Os planos estudados pelo Governo do Estado incluem a instalação de um Centro de Atendimento ao Cidadão, a construção de um alojamento para os atletas e uma pista de atletismo.
Primeira SAF de MS
A Associação Atlética Portuguesa se tornou Futebol Clube Pantanal - a SAF de Mato Grosso do Sul, a primeira Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Estado.
O anúncio foi feito no dia 11 de novembro. De acordo com o presidente do clube, Gilmar Ribeiro, o Mazinho, a transição para SAF conta com o apoio da FFMS, do Governo do Estado e da Prefeitura de Campo Grande. Com a medida, o clube busca garantir a sustentabilidade financeira e a competitividade esportiva.