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05/02/2021 11:00

Menino enfrenta machismo e deixa cabelo crescer para doar para crianças com câncer

Mãe achou atitude exemplar e linda, mas temia que filho sofresse com críticas; rapaz aguentou as 'piadinhas' e manteve o propósito de fazer o bem

Mãe coruja e orgulhosa? Temos, mas também não é pra menos! A professora Suene de Melo Alves, 35 anos, viu o filho Pietro Augusto Alves Falcão, 11 anos, dar um show de empatia ao deixar o cabelo crescer, mesmo diante de críticas, para doar para crianças com câncer. 

A família mora na Vila Santa Terezinha, em Aquidauana. Ao TopMídiaNews, Suene contou como foi o processo, do início até a finalização, com o corte realizado nesta quinta-feira (4).

“Na hora eu achei uma atitude linda e exemplar, mas confesso que fiquei cheia de receios, até porque eu não acreditava que ele realmente iria fazer. Ele pediu a primeira vez, eu disse sim, mas eu sempre mandava ele ir cortar o cabelo, meus pais não queriam que ele ficasse com cabelo grande... Sabe aquela história de que cabelo cumprido é coisa de menina? E, nessa altura, ficavam sempre no meu pé mandando cortar o cabelo dele”, revela. 

Além disso, a mãe também era apaixonada pelo filho de cabelinho curto e não imaginava e nem conseguia vê-lo de cabelão. 

“Eu disse que aceitava da boca para fora, mas foi um processo longo para eu aceitar de fato”, revela. 

INÍCIO DE TUDO 

Tudo começou no dia 18 de janeiro de 2020. “Ele foi pagem do casamento da minha irmã e foi a última vez que aparou o cabelo. Ele chegou em mim dizendo que seria a última vez, nessa época o cabelo já estava grandinho, e que a partir daquele dia, ele ficaria em torno de um ano sem cortar, ele havia prometido a Deus que doaria e pediu algo pessoal dele a Deus também”. 

“Depois disso foram só críticas, meus pais falando que tinha que cortar aquele cabelo, porque aquele cabelo não era de menino, e ele também não gostava de usar acessórios para prender. Sei que foi um processo difícil, eu tentava explicar aos meus pais e tal, para que eles aceitassem melhor, mas era difícil. O pai dele mora em Bonito e também ficava sempre falando que ele tinha que cortar e era uma guerra”, revela. 

TRISTEZA X DETERMINAÇÃO

Diante das reclamações, Pietro chegou a ficar triste, segundo Suene. 

“Ele chegou a ficar chateadinho algumas vezes, até o chamavam de menina, por conta do cabelo, mas mesmo assim ele nunca pensou em cortar. Tinha na mente o objetivo dele, que era a doação”, revela a professora. 

Ela garante que o filho é persistente e buscou mais conhecimento sobre câncer infantil. 

“Quando ele quer fazer algo, ele insiste, na época procurou muito e estudou muito sobre câncer em crianças. Ele ficava muito triste com isso, via as crianças sem cabelo e batia até um desespero nele”, destaca. 

Justamente com a ideia de preservar o filho e evitar comentários maldosos, Suene revela que pedia para o filho prender o cabelo. 

“A gente insistia para ele prender, aí prendia só quando tinha alguma coisa a fazer, tipo quando ia caminhar, para o Muai Thay, aí ele prendia, mas odiava cabelo preso”.

 

CORTE E DOAÇÃO 

O processo foi finalizado ontem (4). Ao ter o cabelo cortado, Pietro ficou triste, segundo a mãe. “Além do propósito, ele também gosta do cabelo comprido, mas eu estava lá com ele”. 

A ideia é mandar para o Hospital do Câncer de Barretos ou para Campo Grande. O destino ainda não está definido, mas a expectativa é grande. E o mais importante foi conquistado: ele vai fazer uma criança feliz! 

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