A acadêmica de Letras, Larissa Rodrigues, 20 anos, precisou enfrentar uma maratona para assumir sua vaga de estágio no Programa Vale Universidade.
Ela ficou intubada com covid-19 e ainda precisou lidar com a perda da mãe antes de assumir a vaga.
No entanto, ela recebeu apoio do Programa Vale Universidade para continuar com seus estudos.
A estudante já havia iniciado todo o processo no Vale Universidade quando foi infectada pela Covid-19.
“Durante esse período de enfretamento da Covid-19, foi bem complicado para mim, pois meus pais pegaram Covid-19, eu, meu irmão mais novo e minha tia. Meus avós estavam viajando então não tiveram contato conosco. Durante esse período minha mãe faleceu, antes de eu ser internada. Um dia após a morte da minha mãe eu fui internada na UPA, com isso começou a luta por uma vaga no hospital”.
Larissa conta que a vaga na Santa Casa de Campo Grande veio após alguns dias de internação na UPA.
“Na Santa Casa o médico veio, falou comigo e explicou porque eu seria intubada e que meu quadro era preocupante. Eu estava com uma pneumonia. Com isso passei 20 dias intubada, despertei em uma sexta-feira à noite. Com muita luta, graças a Deus, consegui vencer a Covid-19. Passei menos de uma semana na enfermaria. Depois recebi alta para ficar com minha família, no Jardim Panamá, aqui mesmo na Capital”.
A estudante relata ainda que o avô, Walmir Rodrigues, foi determinante e formou um contato com a equipe do Vale Universidade durante todo esse processo.
“O Vale Universidade deu muito apoio ao meu avô. Ele conversou com a professora Eliane que é superintendente. Ela foi muito solícita e segurou minha vaga o máximo que ela pode. Tanto que eu consegui me apresentar antes disso. Eles demostraram muito apoio e foram bem compreensíveis com minha família. Agora eu posso começar o estágio”.
“Eu conheci o Programa Vale Universidade pela minha mãe. Ela foi estudante da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), por isso ela conhecia o programa. Ela disse: por que não tentar esse ano? Logo eu fui tentar a vaga do Vale Universidade e consegui. Eu resolvi cursar Letras por causa da minha mãe. Ela era formada em Letras licenciatura e atuava na área como professora”.
A superintendente do Programa Vale Universidade, Eliane Alcarás, que acompanhou toda a situação da Larissa de perto, conta que ficou muito emocionada e feliz com o desfecho positivo envolvendo a estudante.
“Quando eles saíram da Santa Casa, mandaram uma foto muito felizes, embora Larissa estivesse bastante debilitada, com a própria doença. Ela ainda não estava caminhando e nem falando muito bem, enfim, estava bastante comprometida. Eu dei um tempo para ela se restabelecer. No final de julho ela conseguiu vir até aqui para trazer a documentação. Fizemos então toda a dinâmica do processo seletivo, com análise de documentos e entrevista. Ela estava bastante feliz e queria muito estudar", destaca.
"Não queria perder a bolsa do Vale Universidade. Semana passada ela começou o estágio muito contente. Foi uma situação nova e fiquei bastante emocionada com toda a situação dela. Com a perda da mãe, o pai teve Covid-19 e o irmão internado também com Covid-19, e ela continuava aquela pessoa firme e forte, bastante otimista para terminar os estudos. Entrar na universidade era o objetivo principal dela, isso mexeu muito comigo e fiquei bastante emocionada”, disse.
A acadêmica de Letras ainda deixa um recado para quem está sem ânimo para prosseguir com os estudos.
“Universitários se esforcem e tentem continuar. Quantos jovens já perderam suas vidas para Covid-19, e qualquer outra coisa, e não tinham sonho de estar se formando? É complicado esse EAD e cansativo. Acho que tentar é a melhor coisa que você pode fazer. Tentar continuar, tentar seguir o curso. Porque nunca foi fácil fazer uma faculdade".