Descobrir que está grávida de gêmeos é uma surpresa daquelas. Agora, ver isso acontecer por três vezes seguidas é de deixar qualquer um de cabelo em pé! Steffany Aparecida Neves de Azevedo, 28 anos, sabe bem disso. Ela é mãe de seis crianças com pouco mais de um ano de diferença de idade entre elas. Em entrevista a CRESCER, Steffany contou que nenhuma das três gestações foi planejada.
Da primeira vez, ela e o então namorado, Juliano Prado Silva, 28, estavam juntos há 4 anos e, apesar da surpresa dos gêmeos, o fato não causou tanto estranhamento. "Tive medo por conta da responsabilidade. A gestação foi bem tranquila e o Sales e a Sara nasceram de 38 semanas com saúde, em um parto cesárea", lembra a mãe. O primeiro casal de gêmeos veio ao mundo no dia 24 de fevereiro de 2013.
"Parabéns, mãe. São gêmeos!"
No final de 2014, eles descobriram uma nova gravidez. "Dessa vez foi muito difícil. Eu estava com dois bebês em casa e só de pensar em mais uma criança eu ficava desesperada. No dia do ultrassom, o Juliano não pode acompanhar e pedi para a madrinha das crianças ir comigo. Só ouvi o: "Parabéns, mãe. São gêmeos!" Comecei a chorar e entrei em pânico. O médico não entendia nada, mas eu não conseguia falar. Foi quando a madrinha das crianças contou para o médico que eu já tinha um casal de gêmeos e seria mãe de quatro crianças", relembra Steffany, com a voz embargada.
Crianças pequenas, recém-nascidos prematuros e uma mãe que se dividia entre o hospital e a casa
Ao chegar em casa, Steffany encontrou Juliano, que estava confiante que um raio não caia duas vezes no mesmo lugar. Ele perguntou: "É só um, né amor?". A resposta de Steffany foi o ultrassom que entregou na mão dele. Mas, desta vez a gravidez não foi nada tranquila. "Acho que por conta do meu nervosismo, a gravidez foi muito pesada em todos os sentidos. Eu vivia no hospital, sentia fortes enjoos durante todos os meses e tive muita dor no "pé" da barriga. As cólicas fortes resultaram em um sangramento que deixou os médicos preocupados", diz.
Quando completou 7 meses, para minimizar os riscos de complicações, os médicos decidiram pelo parto. Eles nasceram prematuros. Guilherme precisou ficar 15 dias na UTI para ganhar peso. Já Geovanna só deixou a UTI depois de quatro meses. "Durante todo esse tempo eu ia ao hospital três vezes ao dia para visitar minha menina. Eu não tinha carro e subia e descia as escadarias de casa, depois caminhava até o hospital. Tudo isso com pontos na barriga. Não tive repouso pós-parto", relata a mãe.
Enquanto Steffany se dividia entre o cuidado com a casa e as idas ao hospital, Juliano, que trabalhava na marcenaria do pai, ficou afastado por 3 meses para se dedicar aos dois bebês e ao recém-nascido. "Minha mãe não mora muito perto e não pode estar tão presente. Meu pai mora na Bahia. Meu sogro foi compreensivo ao entender que Juliano precisava estar ao meu lado naquele momento. Era só eu e ele", diz Sttefany. Quando finalmente Geovanna teve alta da UTI, foi preciso atravessar um processo de adapação ao novo ambiente. Foram meses muito difíceis porque a Geovanna só chorava. E tínhamos outros três bebês precisando de cuidado."
A vasectomia e uma nova gravidez
Com quatro filhos e para evitar uma nova gravidez, Juliano optou por fazer uma vasectomia. Porém, quatro meses após o procedimento, ao retornar ao hospital, o médico pediu que ele refizesse o espermograma, pois havia algo errado. Juliano refez e ao passar novamente com o especialista ficou comprovado: a cirurgia não havia dado certo. Nesse meio tempo, Steffany passou mal e foi levada ao médico. Lá descobriu, pelo exame de sangue, um novo positivo. "Não tive coragem de contar para ninguém. Tinha muito medo que fossem dois bebês novamente. Mas, ao mesmo tempo pensava: só se for piada! Quem engravida três vezes de gêmeos?" Foi o que aconteceu.
Steffany simplesmente não conseguiu demonstrar nenhuma reação. Ficou muda desde o momento em que recebeu a notícia até a hora que retornou para casa, onde foi recebida pelo marido. A gestação foi ótima, Kauan e Luan nasceram a termo e receberam alta juntamente com a mãe. São os únicos gêmeos univitelinos (idênticos). "Já havia aceitado que ter todos esses filhos era minha missão na Terra. Era a única explicação", brinca a mãe.
A rotina
Desde que se tornou pai, Juliano trabalha em casa para poder cuidar das crianças juntamente com Steffany, que chegou até a procurar um emprego em que pudesse trabalhar no período da noite, enquanto as crianças dormiam. Porém, bem na época da contratação, Luan começou a ter crises convulsivas, que duraram vários meses. Com isso, o casal decidiu que o melhor a fazer seria os dois continuarem por perto das crianças. A hora do banho, das refeições e de dormir são feitas em escala de produção: "Todos recebem os mesmos cuidados ao mesmo tempo e isso otimiza nosso tempo. Já entramos no ritmo e acostumamos. Eles já estão maiorzinhos e brincam bastante juntos, o que também é ótimo", diz a mãe. A curiosidade de outros pais sobre como conseguem dar conta de tudo foi o que motivou o casal a criar um canal no YouTube, chamado de Gêmeos Tube, onde compartilham os cuidados com as crianças.
A maternidade, que chegou se supetão e trouxe fortes tempestades também tem dias de bonança. "Aprendemos ser fortes, pacientes e unidos. E, acima de tudo, temos a prova que com amor tudo se resolve", diz. Questionada sobre o motivo que a teria levado as três gestações gemelares, Steffany diz que tanto a mãe dela quanto a de Juliano tiveram gestações gemelares, mas os médicos disseram que isso não teve tanta influência não. "Os médicos disseram que é algo do meu organismo mesmo", conta. E sobre a possibilidade de uma nova gravidez, Steffany conta que fez a cirurgia para retirada das duas trompas. "Agora só se for um milagre mesmo!".