A professora Maria Rosalina Gomes, professora e idealizadora de um projeto voltado a atender alunos com deficiência no trajeto casa-escola, busca ajuda e apoio para que a Lei 6.721, de 23 de novembro de 2021, entre em vigor na Capital para atender algo em torno de 1.500 alunos em todo o MS, com laudo, sem contar aqueles que ainda não o têm.
"Eu Maria Rosalina Gomes, professora da rede pública, observando as dificuldades das mães para levar os filhos até a escola, fui em busca de políticas públicas da educação especial que poderiam ajudar nessa locomoção no trajeto casa-escola. Descobri que em São Paulo existe uma lei desde 2010, criada pelo Deputado Federal Baleia Rossi, "Trajeto Casa-Escola", que atende os 645 municípios daquele estado", conta a idealizadora do projeto em MS.
Ela explica que, ao conhecer o projeto in loco, ficou encantada e trouxe a ideia para o MS, e desde o final de 2019 está em busca de apoio e ajuda para fazer a diferença na vida de milhares de alunos com deficiência em todo o estado. "O projeto visa atender os alunos com Deficiência que possuam laudo no trajeto casa-escola, levando, assim, humanização a esses alunos que tanto necessitam. Aqui em Campo Grande o vereador Ronilço Guerreiro abraçou esse projeto e ano passado conseguimos que tornasse lei Municipal, mas até o momento não foi executada."
A luta de Maria Rosalina não tem sido em vão: "Também consegui que esse projeto tornasse lei em: Bataguassu, Bandeirantes, Corguinho, Sidrolândia e Iguatemi. Nessa busca de parcerias, conseguimos com que o proprietário da 067 Vinhos nos doasse um ônibus."
Ônibus para transporte de PCDs foi doado por empresário da Capital (Foto: Arquivo pessoal)
O vereador Ronilço Guerreiro (Podemos), conta ao TopMídiaNews que recebeu o projeto da professora Maria Rosalina por meio de seu "Gabinete de Rua", onde recebe vários projetos e sugestões da comunidade e que, à época, houve certa resistência para que o projeto passasse. "Esse é um projeto fantástico, já existe em outras cidades, foi uma loucura para ser aprovado na Câmara Municipal, eu me lembro que o prefeito, na época, não queria que passasse o projeto. Eu conversei com toda a base, foi aprovado o projeto", relembra.
Em seguida, o parlamentar explica um pouco mais sobre o caso. "Na Câmara existem projetos autorizativos e os projetos obrigatórios. Tipo, o projeto da Lei da Fibromialgia, que nós aprovamos, é um projeto obrigatório, já está funcionando, é muito bacana, porque as pessoas têm direito a prioridade no estacionamento, a filas, tem que ter uma carteirinha, então nós colocamos como prioridade. O projeto que ela trouxe é autorizativo, ou seja, está autorizado o Executivo a fazer esse projeto, e eles alegam que já estão fazendo esse transporte com alguns ônibus já existentes."
Mas Guerreiro afirma não concordar com a maneira como as coisas estão sendo feitas. "Só que eu não concordo, porque, na verdade, o que nós queremos é que peguem - depois de um cadastro e verificado quem realmente precisa -, o aluno em casa, o cadeirante ou com outros problemas de saúde, e leve à escola. O que falta, na verdade, na minha opinião, é a boa vontade do executivo em resolver esse problema e atender a comunidade, porque já existe a lei, já existe em outros municípios, também".
E por fim, Ronilço conclui: "O que falta então, na verdade, é o entendimento da prefeitura, com a Secretaria de Educação, para efetivamente colocar em prática esse projeto de grande alcance social, e que só quem tem filhos ou que precisa de um transporte coletivo para crianças e adolescentes com deficiência sabe da importância dele. Então [falta], na verdade, na minha opinião, boa vontade política."