Enquanto muitas pessoas abandonam animais pelas ruas da Capital, outras tentam dar suporte aos bichinhos que ficam ao relento. Simona Zaim, 36 anos, faz parte de uma minoria que luta pelo bem-estar de cães e gatos sem lar, vítimas de maus-tratos. Dona de 20 bichos, entre cães e gatos, e responsável pela alimentação de outros 11, a serralheira destaca que muitos animais estão mutilados pelas ruas.
Mesmo com a possibilidade de ser multada com a atitude, que deve ser chamada de solidariedade, Simona destaca que prefere colocar em primeiro lugar o bem-estar dos indefesos e garante que vai continuar se arriscando e lutando pela vida dos indefesos.
“Hoje é proibido fazer, estão multando quem alimenta os animais na rua, dizendo que é crime alimentar animal de rua, mas faço mesmo assim. Campo Grande tem muitos casos de maus-tratos. Abandonar é crime, mas aqui a lei é fraca, mesmo que você registre um Boletim de Ocorrência, não acontece nada. O CCZ persegue as protetoras que alimentam, mas não vão atrás dessas empresas que colocam cachorros como guardas e os deixam aos finais de semana sem comida, eles chegam a passar dois dias sem comer. Não existe nenhuma lei no Brasil que proíbe alimentar animais de rua ou mesmo moradores (humanos) de rua. Eles estão usando de forma errada a Lei de Posse Responsável de Cães e Gatos do município de Campo Grande”, diz a protetora.
A história de amor entre Simona e os animais começou na infância da serralheira, que sonhava ter bichos em casa, mas a mãe não autorizava a criação no lar. Diante disso, Simona utilizou uma construção e rapidamente se tornou dona de oito bichos. “Minha mãe não deixava ter em casa, eu morava em frente de uma construção abandonada e levava eles para lá. Quando ela descobriu eu já tinha oito. Eu repartia meu almoço com eles. Hoje, tenho animais por maus-tratos, mutilados e todos abandonados”.
Questionada sobre contar com a ajuda financeira na hora de dar um lar para um bicho abandonado, Zaim ressalta que não conta com ajuda e possui dívidas em clínicas veterinárias. “Não tenho ajuda de ninguém, tenho dúvida em clínicas. Eu vejo eles abandonados na rua e não tem como deixar com fome e sede”.
Sobre a possível inauguração de uma UPA para atender animais na Capital e diante da nova sala construída no CCZ, que prevê um número maior de castração, a serralheira confia em melhorias. “Ter um Upa aqui seria a melhor coisa, porque quando resgatamos de rua, gastamos muito. Eles vêm muito doentes e as clínica não são baratas. A castração tem que ter urgência, aqui temos uma grande população, com essa nova sala, que disseram que inaugura dia 19 de março, tem que ver como vai funcionar porque ligaram lá e ainda não estão agendando para o atendimento em abril”.
Gostou e quer ajudar os animais resgatados? Basta ligar para (67) 9 9117-8221.