As águas cristalinas, cachoeiras, fauna e flora de um cerrado rico em vida. Tudo isso e mais rendeu a Bonito, município a 247 km de Campo Grande, título fixo como a Capital do ecoturismo no Brasil. Ainda assim, mesmo quem vive há anos em Mato Grosso do Sul nunca visitou o lugar.
O motivo que tira o destino da lista de férias dos vizinhos? A ideia que se tem do preço total da viagem. Pelas ruas de Campo Grande, a reportagem do TopMídiaNews percebeu que muita gente até prefere viajar para a praia ou até outros países com o valor que acreditam que iriam gastar no interior de MS.
A funcionária pública corumbaense Elisa Espindola, 50 anos, é uma delas. Ela até conhece alguns municípios do interior, o litoral de Porto de Galinhas e o Líbano, país no oriente médio, mas nunca conseguiu planejar uma ida à Bonito.
“Tenho vontade de ir, conheço o que vi na novela ‘Alma Gêmea’, da Globo, que mostrava a gruta azul. Sempre ouvi falar também, mas nunca pensei em ir porque é caro e a água é gelada”, diz.
De Mato Grosso, o porteiro cuiabano Nilson de Alcântara chegou há alguns meses para viver em Campo Grande, mas já conhecia a fama da cidade turística. “Faz tempo que eu conheço, sempre ouvi falar que é um paraíso ecológico, mas ainda não considerei ir. Acho que se compara a Chapada dos Guimarães, pra passar um final de semana não deve sair menos que uns R$ 500 a R$ 600, então não é todo mundo que tem pra gastar”, lamenta.
Há quem sempre adiou a ida, mas resolveu pôr à prova e na ponta da caneta as contas para a viagem caber no orçamento. O funcionário público Eric Lima, 28 anos, é de Brasília e vive há quase uma década na Capital de MS, mas só se programou após o incentivo da amiga que vive no Rio de Janeiro e sonhava em conhecer o destino.
Foto: Arquivo Pessoal/Diana Christie
“Sempre tive vontade de ir, mas como ouvi bastante que lá é tudo muito caro, nunca tinha planejado uma viagem. Rola uma miopia na hora de escolher destinos pra viajar também, acredito que a proximidade deixa a sensação de que ‘ah, posso ir depois’”, avalia.
Ele concorda que os preços dos passeios não são tão baratos, mas acredita que o investimento vale a pena. “São experiências incríveis. E acho que é importante você pensar que está pagando não apenas pelo passeio, mas pela preservação do lugar, pelos guias, pelos equipamentos e toda a estrutura que existe pra oferecer a melhor experiência possível. A cidade tem opções bem acessíveis de hospedagem e dinheiro que economiza em uma passagem aérea e já pode ser usado em alguns passeios pela região. Se conseguir ir de carro dá pra economizar ainda mais”, indica.
Quanto?
Em consulta pela internet, é possível ver que as hospedagens mais simples em hostels estão na faixa de R$ 35 por pessoa, mas hotéis podem chegar a R$ 722 em um resort. Há a opção de casas de temporada, que juntando um grupo de amigos fica mais em conta ao visitante.
Já os passeios mais caros ultrapassam os R$ 1000, como é o caso da visita a um abismo rochoso com águas cristalinas, mas há várias atividades abaixo de R$ 50.